27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1684-2


Poster (Painel)
1684-2Isolamento fúngico em quirópteros capturados no Estado do Ceará
Autores:Serpa, R. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Melo, C.V.S. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Marques, F.J.F. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Ribeiro, F.G.B. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Alexandre, C.F.U (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Rolim, B.N. (LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública) ; Duarte, N.F.H. (SESA/NUVET - SECRETARIA DE SAUDE- NUCLEO DE VETORES) ; Soares Jr., F.A. (LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública) ; Franco, I.C.F. (LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública) ; Brilhante, R.S.N. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Rocha, M.F.G. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Sidrim, J.J.C. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Cordeiro, R.A. (UFC - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Sabe-se que algumas espécies fúngicas estabelecem uma relação direta com mamíferos silvestres, os quais participam como efetores nos processos de dispersão, manutenção e irradiação desses micro-organismos. Dados da literatura mostram que as zoonoses estão diretamente relacionadas com o aumento da incidência de doenças infecciosas emergentes/re-emergentes em todo o mundo, uma vez que mamíferos e outros animais estão envolvidos na maioria dessas infecções em seres humanos. Neste cenário, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a participação de quirópteros como reservatórios fúngicos naturais e sua ligação no ciclo biológico e epidemiológico das doenças, atuando como dispersores de agentes causadores de micoses. Para tanto, a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética para o Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará. A captura dos quirópteros foi realizada em áreas rurais, de clima tropical quente semiárido e subúmido, nos municípios de Santa Quitéria, Barroquinha, Tianguá, Viçosa, Cariré e Russas no Estado de Ceará. Os animais capturados (n=58) foram, sob condições assépticas, eutanasiados e retirados intestino, fígado, baço e pulmões, os quais foram processados e semeados em meio ágar Mycosel e ágar Níger acrescidos de cloranfenicol para verificar a presença de crescimento fúngico. As placas foram incubadas a 28 e 35 ºC durante seis semanas. Após esse período foi realizada a identificação das espécies fúngicas baseando-se na macro e micromorfologia dos micro-organismos. Da espécie do quiróptero Molossus molossus foram isoladas espécies fúngicas como Cladosporium cladosporioides, Aspergillus sp., C. carrioni, Penicillium sp., Paecilomyces javanicus e Rhodotorula sp. Da espécie Noctilio albiventris, foram isolados do intestino Rhodotorula sp. e do pulmão Aspergillus sp. Dos quirópteros da espécie Peropteryx microtis, foram isolados Aspergillus sp e Penicillium sp. A maioria dos fungos encontrados apresenta relevante histórico clínico, destacando quirópteros insetívoros como reservatórios naturais de diferentes fungos ambientais, capazes de causar micoses em humanos. Assim, novos estudos deverão ser realizados com um maior número de animais afim de esclarecer a participação dos quirópteros como reservatórios naturais e dispersores ambientais de espécies fúngicas causadoras de doenças.