27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1681-2


Prêmio
1681-2Estratégia vacinal contra a paracoccidioidomicose: utilização de células dendríticas murinas pulsadas com vetor contendo inserto para expressão de P10 (pVAXP10), derivado da gp43 de Paracoccidioides brasiliensis.
Autores:Rittner, G.M.G. (USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Silva, L.B.R. (FMUSP - Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo) ; Dias, L.S. (USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Travassos, L.R. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Taborda, C.P. (USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP)

Resumo

Introdução Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica, causada pelos fungos P. brasiliensis e P. lutzii. Limita-se à América Latina, afetando principalmente trabalhadores rurais. O tratamento da doença é longo e em muitos casos, ocorrem recidivas e os pacientes convivem com várias sequelas. O peptídeo P10, derivado da glicoproteína de 43 kDa de P. brasiliensis tem sido aplicado em diversos estudos e mostrou-se eficiente no controle da PCM experimental. Dessa forma, foi clonado em vetor e inserido em células dendríticas com o objetivo de potencializar a resposta celular contra a PCM. Materiais e Métodos A clonagem foi realizada a partir de DNA obtido por transcrição reversa de RNA de P. brasiliensis (Pb18). A seleção dos clones ocorreu por plaqueamento de E. coli, transformada, por eletroporação, em meio com canamicina e confirmados por sequenciamento. Células indiferenciadas foram obtidas a partir de medula óssea de camundongos machos BALB/c, cultivadas na presença de GM-CSF e IL-4 por 9 dias, para a geração de células dendríticas (DC). Foram pulsadas com o pVAXP10, por 24h e utilizadas nas imunizações. A maturação das células foi observada por citometria de fluxo utilizando os marcadores CD80 e CD86. As infecções, por via intratraqueal, foram realizadas com Pb18 e quinze dias após, os animais receberam as imunizações com DCs pulsadas com o plasmídeo. O sacrifício ocorreu um mês após a infecção, onde foram retirados os pulmões, baço e fígado para determinação da carga fúngica, histológico e dosagem de citocinas. Resultados Foi significativa a diminuição da carga fúngica nos pulmões dos animais tratados com DCs pulsadas. A análise histológica não revelou presença de fibrose pulmonar e a dosagem de citocinas indicou ativação, preferencialmente, de células CD4+ Th1. Discussão/Conclusão A imunidade mediada por células desempenha papel significante na defesa do hospedeiro contra a PCM. Nossos resultados indicam que é possível pulsar DCs com plasmídeo, contendo o inserto do P10, e conseguir uma resposta imune efetiva.