27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1681-1


Poster (Painel)
1681-1Utilização de Células Dendríticas pulsadas com o peptídeo 10 (P10) de Paracoccidioides brasiliensis no controle da paracoccidioidomicose experimental. Reversão do estado anérgico, associação com antifúngicos e controle da infecção aguda.
Autores:Silva, L.B.R. (FMUSP - Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo) ; Rittner, G.M.G. (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Dias, L.S. (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Travassos, L.R. (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Taborda, C.P. (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP)

Resumo

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica e endêmica na América Latina com maior prevalência no Brasil, Colômbia e Venezuela. A doença é causada pelos fungos P. brasiliensis e P. lutzii. As células dendríticas são eficientes apresentadoras de antígenos e quando utilizadas como adjuvante podem ser de 100 a 1000 vezes mais efetiva nesta função. O peptídeo P10 corresponde a um trecho específico de 15 aminoácidos derivado da gp43, principal antígeno diagnóstico, e é reconhecido pelos linfócitos T CD4+ capaz de induzir resposta preferencialmente do tipo Th1 e conferindo proteção no modelo experimental. Materiais e Métodos Células indiferenciadas foram obtidas a partir de medula óssea de camundongos machos BALB/c, cultivadas na presença de GM-CSF e IL-4 por 9 dias, para a geração de células dendríticas (DC). As células foram incubadas na presença do P10 por 2 horas, em estufa com 5% de CO2 a 37°C, e foram utilizadas nas imunizações. A maturação das células foi observada por citometria de fluxo com os marcadores CD80 e CD86. Camundongos da linhagem BALB/c foram submetidos à imunossupressão com dexametasona, por 20 dias, seguido pela infecção intratraqueal com o isolado Pb18. Após 30 dias, os grupos de animais receberam imunizações com apenas DC ou DC associadas ao tratamento medicamentoso com Sulfametoxazol/Trimetoprim, por um período de 15 dias. O sacrifício ocorreu 45 dias após a infecção e foram retirados os pulmões, baço e fígado para quantificação de carga fúngica, análise histopatológica e dosagem de citocinas. Resultados Observamos diminuição significativa da carga fúngica nos pulmões dos animais que receberam DC pulsadas com P10 associada ou não ao tratamento medicamentoso. Os resultados mais promissores foram encontrados no grupo que recebeu DC pulsadas com P10 e tratamento medicamentoso. Não foi observado crescimento fúngico em outros órgãos como fígado e baço em ambos os grupos. A análise histológica revelou redução da carga fúngica e preservação do parênquima pulmonar. As dosagens das citocinas indicaram uma resposta imune predominantemente do tipo CD4+ Th1. Conclusões Inicialmente demonstrados que as DCs pulsadas com P10 reduzem a carga fúngica em camundongos infectados. Neste trabalho, mostramos que as DCs pulsadas com P10 podem também reduzir a carga fúngica em animais anérgicos mimetizando pacientes com a forma aguda.