27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1679-2


Poster (Painel)
1679-2Eficácia dos taninos condensados extraídos de Stryphnodendron adstringens no tratamento de candidiase vaginal experimental
Autores:Rossi, D.C.P (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Silva, L.B.R. (FMUSP - Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo) ; Dias, L.S. (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP) ; Mello.J,C,P (DFCCS-UEM - Departamento de Farmácia da UEM) ; Nakamura. C,V (DBS-UEM - Departamento de Ciências Básicas da Saúde da UEM) ; Taborda, C.P. (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USPFMUSP - Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo) ; Ishida. K (ICB-II USP - Instituto de Ciências Biomédicas USP)

Resumo

Introdução: Extrato aquoso das cascas de Stryphnodendron adstringens é utilizado popularmente como agente adstringente, cicatrizante e no tratamento de leucorréias e infeções vaginais. Candida albicans é o principal agente etiológico de candidíase vulvovaginal. Cerca de 75 % das mulheres tem pelo menos um episódio de candidíase vulvovaginal e aproximadamente 5% sofrem recorrência. Em trabalhos prévios mostramos que extratos de S. adstringens interferem com o crescimento e fatores de virulência de isolados de Candida spp. de origem vaginal. Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de uma formulação em gel contendo taninos condensados de S. adstringens em modelo murino de candidíase vaginal. Materiais e Métodos: Camundongos BALB/c fêmeas, em período estral induzido por 17-β-estradiol, foram infectadas com leveduras de C. albicans (ATCC 10231). Após 24 h da infecção, os camundongos foram tratados com miconazol 2% em creme vaginal, fração F2 ou subfração F.2.4 em solução aquosa (1% para ambas) e na formulação em gel vaginal (1,25% para ambas), uma vez ao dia por um período de 7 dias. A eficácia do tratamento foi avaliada pela contagem de viáveis no tecido vaginal. Resultados e Discussão: O tratamento com a fração F2 ou a subfração F.2.4, na formulação em gel e em solução aquosa, reduziu a carga fúngica vaginal de 10 e 5 vezes, respectivamente, em comparação com o grupo sem tratamento. No entanto, foram observadas diferenças significativas somente com a formulação em gel (p<0,05, ANOVA-one way). Interessantemente, a ação da F2 e da F2.4 não apresentaram diferenças significativas entre si, tanto em solução aquosa quanto em gel vaginal. Ambas mostraram atividade antifúngica “in vivo” semelhante ao miconazol 2% em creme. Água destilada e gel vaginal foram utilizados como veículo, e nenhum deles interferiram na carga fúngica do tecido vaginal. Em 2006 verificamos a atividade antifúngica sobre isolados de C. albicans; cuja ação foi atribuída aos taninos condensados constituídos por monômeros de prodelfinidina e prorobinetinidina e resíduos de ácido gálico presentes na fração F2 e na subfração F2.4. Conclusão: Podemos concluir que a formulação em gel da fração F2 e subfração F2.4 extraídos das cascas de S. adstringens pode ser uma alternativa no tratamento de candidíase vaginal.