27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1678-2


Poster (Painel)
1678-2BIOTRANSFORMAÇÃO DA FOLHA E BAGAÇO DE MANDIOCA PELO FUNGO Rhizopus oligosporus
Autores:MIRANDA, J.C. (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; MORALES,E.M (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; DE ANGELIS, D.F. (UNESP - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um alimento de origem brasileira e atualmente é cultivada mundialmente. A produção de co-produtos deste alimento tem aumentado significativamente, assim como os resíduos gerados nos processos empregados. Dentre os resíduos destaca-se o bagaço (BM) gerado na produção de amido, a biotransformação deste resíduo é uma alternativa para suprir as necessidades energéticas de humanos e animais que habitam áreas carentes em alimento. Este trabalho objetivou a biotransformação do BM e folha (FM) de mandioca por meio de fermentação em estado sólido pelo fungo Rhizopus oligosporus. Foram colocadas misturas de FM e BM em diferentes concentrações em frascos de respirometria de Bartha e Pramer, os respirômetros foram identificados da seguinte forma: A=100% de FM, B= 100% de BM, C= 70% de BM e 30% de FM, D= 50% de BM e 50% de FM, E= 40% de BM e 60% de FM. Os ensaios foram feitos em triplicata e para cada concentração testada foram feitos frascos teste que continham o R. oligosporus e frascos controle sem o inóculo. O processo de fermentação encerrou-se em 15 dias e as amostras teste e controle foram analisadas quanto à formação de biomassa, por meio de quantificação de CO2 produzido, quanto ao teor de proteína e lipídio pelo método de Kjeldahl e por extração com n-hexano em aparelho Soxhlet, respectivamente. A amostra teste E produziu maior quantidade de CO2 devido à rápida biotransformação do substrato em biomassa, seguido pelas amostras teste D, C, A e B. Quanto à proteína, a amostra teste A apresentou o maior teor após a fermentação, cerca de 27,38%, seguida das amostras E (23,44%), D (22,31%), C (16%) e B (9,88%), comparando as amostras teste e controle ocorreu aumento em média de 6,64% no teor de proteína após a fermentação. A amostra teste A apresentou maior teor de lipídio, 4,7% antes da fermentação, e maior incremento do mesmo após o processo, 32,83%, as demais amostras teste não apresentaram variação significativa no teor de lipídio: amostra E (de 4,21% para 4,42%), C (de 3,85% para 3,87%), D (de 3,66% para 3,75%) e B (de 0,079% para 0,028%). A amostra teste B apresentou os menores valores obtidos nos critérios analisados, seguida por aquelas que apresentavam a maior quantidade de bagaço, isso demonstra que o bagaço é um resíduo pobre em lipídio e proteína, e não pode ser caracterizado como alimento nutritivo. Concluiu-se que a mistura de folha e bagaço de mandioca, após a biotransformação, transformou-se em fonte eficiente de proteínas e lipídios para alimentação de humanos e animais, pode ainda ser utilizado como substrato para cultivo do R. oligosporus, devido à rápida colonização, biodegradação e formação de biomassa.