Resumo

A estrutura morfológica de comunidades microbianas pode mudar em curta escala temporal, sendo influenciada pela disponibilidade de nutrientes e pela presença de predadores. Neste estudo, foi avaliada a influência de nutrientes, predadores, e adição de potencial probiótico, sobre a área e elongação da comunidade microbiana de um sistema de recirculação em aquicultura da FELP/EPAMIG. Um experimento laboratorial foi realizado divido em três blocos de tratamentos (em triplicata). O primeiro bloco sem modificação no número de predadores. Os tratamentos deste bloco continham água do tanque recebendo os seguintes inóculos : T1 Controle – água filtrada (0,2 µm); T2 Nutriente – meio de cultivo TSB; T3 Probiótico – meio TSB com probiótico Bacillus. O segundo bloco foi de redução de predadores (água do tanque filtrada em GF/3 - 0,6 m) com os tratamentos: T4 Redução Predador – água do tanque filtrada + água do tanque); T5 Redução Predador + Nutrientes – água T4 + meio TSB; T6 Redução Predador + Nutriente + Probiótico – água T4 + meio TSB com Bacillus. O último bloco foi de adição de predadores (raspagem de 2 filtros GF-3 onde foram filtrados 2L de água dos tanques). Águas do tanque, nos tratamentos deste bloco, receberam os seguintes inóculos: T7 Adição Predador – água do tanque filtrada com raspagem; T8 Adição Predador + Nutrientes –meio TSB com raspagem; T9 Adição Predador + Nutriente + Probiótico – meio TSB com probiótico e raspagem. Todos inóculos foram de 25 mL em 225 mL. A amostragem foi feita no inicio e após 4 dias. As amostras foram fixadas em PFA, posteriormente filtradas e coradas com DAPI e visualizadas por microscopia de epifluorescência. As medidas de área, elongação e biovolume foram calculadas a partir da análise de imagens (programa Image Tools). No tempo inicial, os tratamentos com adição de probiótico apesentaram maior área, ou seja, as bactérias probióticas eram maiores do que as que estavam no ambiente (média = 0,65 µm², nos demais tratamentos = 0,45 µm²). No final do experimento, houve aumento da elongação em todos os tratamentos que receberam adição de nutrientes. Não houve aumento da área das bactérias nos tratamentos com adição de predadores e no controle, sendo que no tratamento com adição de predadores e probiótico houve redução, sugerindo uma predação das bactérias probióticas. Desta forma, concluímos que, a ação de predadores interferiu na área, enquanto disponibilidade de nutrientes interferiu na elongação. Apoio: CNPq FAPEMIG