27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1670-1


Poster (Painel)
1670-1MONITORAMENTO DA MICROBIOTA SÉSSEIL E PLANCTÔNICA EM SISTEMAS DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA COMO FORMA DE AVALIAR O TRATAMENTO DA ÁGUA E A CORROSÃO INFLUENCIADA POR MICRORGANISMOS (CIM)
Autores:Alves, A.L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Mendonça, R.S. (UNIBH - Unibh) ; Veiga, A.A. (CENPES - Research and Development Center) ; Santiago, M.J.V (CENPES - Research and Development Center) ; Santos, V.L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

O tratamento de efluentes industriais para reutilização nos próprios processos que concerne à indústria é uma alternativa promissora para reduzir o consumo de água. Numa refinaria de petróleo, esses efluentes podem ser aproveitados em torres de resfriamento. Contudo, essas torres favorecem o crescimento de microrganismos que podem comprometer a eficiência da troca de calor e provocar corrosão em suas superfícies metálicas. Assim, este estudo teve por objetivo avaliar a microbiota planctônica e séssil e a taxa de corrosão média (TCM) em cupons de aço carbono depositados nas bacias de 2 torres de resfriamento de uma refinaria de petróleo em Minas Gerais, como forma de analisar a eficiência dos processos do tratamento da água. As torres são alimentadas por água oriunda de tratamentos distintos: uma é alimentada com água de reuso (TRAR) que passa por tratamento terciário por eletrodiálise reversa; e a outra recebe água que passa por processo de clarificação e cloração (TRAC). Para avaliação da densidade de bactérias heterotróficas totais (BHT) planctônicas foram coletadas semanalmente amostras de água da bacia das torres e da saída das estações de tratamento de água. E para monitorar a microbiota séssil, cupons de aço inoxidável e carbono e lâminas de vidro foram mantidos nas bacias das torres por 7 dias. Os resultados mostraram que, após tratamento, os efluentes que alimentam a TRAR e a TRAC apresentaram variação na densidade de BHT planctônicas de 0-2350 UFC/mL e 0-560 UFC/mL, respectivamente. Além disso, a água da torre TRAC apresentou maior variação na densidade de BHT planctônicas em relação à TRAR. Quanto aos corpos de prova, as seguintes variações foram observadas na TRAR e TRAC, respectivamente: 12-586 UFC/cm2,16-434 UFC/cm2 e 5-237 UFC/cm2; e 132,7-1473 UFC/cm2, 21,3-857 UFC/cm2 e 36-115 UFC/cm2 para lâmina, cupons de aço inox e carbono, respectivamente. A TCM, calculada a partir da perda de peso dos cupons de aço carbono, revelou maior variação nos cupons depositados na TRAR do que na TRAC, mas não se correlacionou com a densidade de BHT aderida aos cupons. Contudo, devido à clarificação e cloração, a água da TRAC é mais alcalina quando comparada com a água de reuso o que desfavorece o processo de corrosão nas superfícies metálicas. De modo geral, os níveis de BHT, inferiores a 104, estão em conformidade com os critérios de eficiência do tratamento estabelecido pelas empresas tratadoras e a variação da TCM (0,4-2,8 mpa) está próxima desses critérios.