27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1664-1


Poster (Painel)
1664-1Determinação da carga bacteriana de Gardnerella vaginalis e Atopobium vaginae em pacientes saudáveis e com vaginose Bacteriana
Autores:OLIVEIRA, L. M. A. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; SOUZA, D. M. K. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; FREITAS, M. C. R. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; FERREIRA-MACHADO, A. B. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; DINIZ, C. G. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; SILVA, V. L. (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Vaginose bacteriana (VB) é uma síndrome caracterizada por uma depleção de espécies de Lactobacillus predominantes na microbiota vaginal saudável e um aumento de outras espécies, principalmente Gardnerella vaginalis e Atopobium vaginae. O objetivo do trabalho foi avaliar a carga de G. vaginalis e A. vaginae em pacientes com e sem VB, atendidas no serviço de ginecologia do SUS e da rede privada de Juiz de Fora, MG. Secreção vaginal de 83 pacientes com e sem VB foram coletadas e transportadas para o laboratório, em meio específico. Lâminas foram confeccionadas pelo método de Gram, a fim de estabelecer o escore de Nugent para avaliação das pacientes entre saudáveis e doentes. O DNA total das secreções foi extraído e PCR quantitativa em tempo real foi realizada, utilizando primers específicos para G. vaginalis e A. vaginae. As cargas de G. vaginalis das amostras originadas de pacientes com VB variaram de 3,04x103 a 1,34x106 cópias/μL, com exceção de quatro amostras, cujas cargas mantiveram-se na faixa de 5,36x100 a 8,06x102 cópias/μL. Já as cargas de G. vaginalis das amostras originadas de pacientes saudáveis variaram de 0,8x100 a 4,55x102 cópias/μL, com exceção de três amostras que variaram de 2,03x103 a 3,34x103 cópias/μL. As cargas de A. vaginae em amostras oriundas de pacientes com VB variaram de 1,28x103 a 1,02x107 cópias/μL, com exceção de cinco amostras com carga bacteriana de 1,28x101 a 2,16x102 cópias/μL. Em amostras provenientes de pacientes saudáveis, as cargas de A. vaginae estiveram na faixa de 0 (zero) a 2,38x102 cópias/μL, com exceção de duas amostras cujas cargas variaram de 1,73x103 a 1,1x105 cópias/μL. Como teste estatístico, foi utilizado o teste “t” de Student (p < 0,05). Dentre as amostras provenientes de pacientes com VB com baixa carga de G. vaginalis, em duas a quantificação de A. vaginae mostrou-se elevada e, do mesmo modo, dentre as pacientes com VB com baixa carga de A. vaginae, três apresentaram carga elevada de G. vaginalis. Neste estudo, foi verificado que G. vaginalis e A. vaginae estão presentes na microbiota vaginal tanto de mulheres saudáveis quanto de mulheres com VB, e que há uma diferença significativa na carga bacteriana entre ambos os grupos de pacientes. Diante dos dados apresentados, sugere-se que tanto G. vaginalis quanto A. vaginae são patógenos importantes para patogênese da VB. Um maior aprofundamento nos estudos é necessário para a melhor compreensão da origem e evolução da doença.