27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1659-2


Poster (Painel)
1659-2NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Autores:Perini, P. (IFRS - RIO GRANDE - Instit Federal Educação Ciência Tecnologia Rio Grande do Sul)

Resumo

Compreender os conceitos científicos que justificam as experiências cotidianas faz parte dos princípios que orientam a educação formal. Conhecer o mundo microscópico que nos circunda, como o influenciamos e como somos influenciados por ele contempla as noções de Microbiologia, constituintes das ementas curriculares de Biologia no Ensino Médio. Este relato faz referência às vivências em sala de aula com turmas do PROEJA do IFRS Câmpus Rio Grande. Em questionário prévio, os alunos não conseguiram descrever o que são microrganismos, ou os apresentarem como “pequenos bichinhos, que não enxergamos a olho nu”. Quanto às condições que influenciam seu crescimento, citaram apenas processos de higiene. Da mesma forma, guardar alimentos na geladeira serviria para “evitar que eles estragassem”, sem associação ao desenvolvimento de microrganismos. Também, admitiam que fosse possível usar antibióticos para doenças virais. Para o desenvolvimento do assunto, então, prepararam-se, de forma caseira, meio de cultura ágar-batata em recipientes plásticos. Os alunos foram instigados a coletarem amostras diversas, tendo semeado algumas provindas da superfície do corpo humano e de outros seres vivos, ou de estruturas físicas do ambiente escolar. Da lixeira, uma amostra foi acondicionada em temperatura ambiente e outra na geladeira. Da mucosa oral, uma amostra foi submetida à solução de antibiótico e outra não. Também, teve-se o cuidado de manter uma amostra controle. Pelo crescimento diferencial das amostras, após o período de uma semana, foi possível discutir tópicos como: existência de organismos patogênicos e não patogênicos; flora intestinal; pró-bióticos; coliformes fecais. As baixas temperaturas foram reconhecidas como fatores de retardo do crescimento de microrganismos e os antibióticos como agentes apenas sobre estruturas celulares. Inclusive, pela visualização ao microscópio de bactérias e fungos cultivados, os alunos conseguiram perceber a diferença estrutural entre as células desses organismos e as de tecidos humanos, bem como ter a clareza de que o que foi observado a olho nu referia-se a colônias de microrganismos, e não a indivíduos únicos. Em outro momento, também foram visualizadas amostras de água na qual se identificaram algas unicelulares e protozoários. A atividade foi bem desenvolvida pelos estudantes, inclusive alunos surdos, e a construção deste conhecimento científico, sobrepondo-se ao senso comum, foi verificada em novo questionário avaliativo.