Resumo

INTRODUÇÃO: A mastite subclínica bacteriana é comum em cabras destinadas à produção leiteira e ocasiona significativos prejuízos econômicos em decorrência do descarte do leite; dos custos com medicamentos e assistência veterinária; da redução da quantidade e qualidade do leite e derivados lácteos e, ainda, o consumo do leite pode representar sério problema de saúde pública devido à transmissão de patógenos e resíduos de antibióticos, em casos de animais tratados. E a identificação dos micro-organismos que causam as mastites subclínicas é importante como forma de monitoramento do rebanho e adoção de métodos de controle e prevenção. OBJETIVOS: Este estudo avaliou o isolamento e identificação dos principais agentes bacterianos relacionados à mastite caprina subclínica em propriedades localizadas em assentamentos de Mossoró-RN e o perfil de resistência antimicrobiana in vitro de Staphylococcus spp. METODOLOGIA: Os testes e coletas foram realizados durante visitas em 15 propriedades no período de outubro de 2012 a abril de 2013. Foi realizado o teste CMT (California Mastitis Test) em 162 animais. As amostras de leite suspeito – escores +3 no CMT – foram coletadas antes da ordenha, de forma asséptica e em tubos estéreis. Posteriormente, foram encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia Veterinária da UFERSA para exame microbiológico, que foi feito através da semeadura do leite em Ágar Sangue de Carneiro Desfibrinado a 5% e Ágar McConkey, a 37°C por 24h. Os agentes foram transferidos para caldo BHI (Brain Heart Infusion) e identificados por meio das características morfotintoriais e bioquímicas. A resistência antimicrobiana foi avaliada através do teste de difusão em disco. RESULTADOS: Das 324 metades mamárias avaliadas no CMT, 22 (6,77%) foram positivas no teste. Das 22 amostras, 27,27%% foram Staphylococcus spp., 4,54% Staphylococcus caprae, 4,54% Staphylococcus epidermidis, 22,73% Bacillus spp. e 4,54% Rhotia sp. As demais amostras suspeitas ao CMT, que corresponde a 8 (36,36%), não houve crescimento bacteriano. Das cepas isoladas de Staphylococcus spp., 100% foram resistentes à ampicilina e à ceftazidima. Todas as cepas testadas foram sensíveis à ceftriaxona, à cefoxitina, à gentamicina e à tetraciclina. CONCLUSÃO: O gênero Staphylococcus sp. foi o principal micro-organismo identificado e apresentaram resistência à ampicilina e à ceftazidima e sensiblidade à gentamicina.