27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1642-1


Poster (Painel)
1642-1Detecção e susceptibilidade a antimicrobianos de Pseudomonas aeruginosa coletadas de pacientes queimados internados em um hospital de grande porte da cidade do Rio de Janeiro
Autores:Deutsch, G (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Pereira,A.E.G (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; L.C. Bokehi (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Esper, L.M.R (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Paula, G.R (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; S.R. Castilho (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Gonzales, A.M.G (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Lenise Arneiro Teixeira (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Introdução: A ferida úmida proporciona um ambiente ideal para colonização e infecção por P. aeruginosa em pacientes queimados. Em centros de tratamento de queimadura (CTQ), a clorexidina e a iodopovidona (PVPI) são os principais antissépticos utilizados com o intuito de diminuir a carga bacteriana da pele lesionada, previnindo a possibilidade de infecções nos pacientes. Objetivos: Determinar a concentração mínima inibitória (MIC) frente à clorexidina e PVPI e avaliar a susceptibilidade aos antimicrobianos em cepas de P. aeruginosa coletadas de pacientes queimados e internados em um CTQ de um hospital do Rio de Janeiro. Materiais e Métodos: Foram coletados 214 swabs da superfície corporal lesionada de 19 pacientes internados no CTQ do hospital. A identificação de P. aeruginosa foi realizada por PCR. MIC para clorexidina e PVPI foram obtidos com o teste de diluição seriada em placas de Muller Hinton agar utilizando replicador de Steer. A susceptibilidade a antimicrobianos foi verificada pelo teste de difusão em disco conforme recomendações do CLSI. P. aeruginosa ATCC 27853 foi utilizada como controle dos testes. Discussão: Poucos estudos têm relatado a MIC de P. aeroginosa a antissépticos. Nossos resultados demonstraram que a MIC para clorexidina variou de 16 a 64 μg/mL. Todas as 30 cepas testadas apresentaram MIC > 256 μg/mL para o PVPI. Apesar do PVPI parecer menos ativo no ensaio de microdiluição, é conhecido o fato de que exista uma diminuição em sua atividade antimicrobiana na presença de matéria orgânica. Todas as cepas foram sensíveis a piperacilina/tazobactam e polimixina B, porém nenhuma foi sensível ao ciprofloxacino. Cepas resistentes ao aztreonam (13%), meropenem (27%) e ceftazidima (30%) foram encontradas, indicando a presença de cepas carreadoras de beta-lactamases do tipo metalobetalactamase (MBL) e carbapenemases. Vinte e seis cepas (87%) foram resistentes a gentamicina, sugerindo que este antimicrobiano não deve ser usado na tentativa de debelar infecções causadas por P. aeruginosa nessa unidade hospitalar. Conclusões: A prevalência de resistência em P. aeruginosa encontradas no hospital, desaconselha a antibioterapia sistêmica antes do resultado da cultura e antibiograma. A piperacilina/tazobactam parece ser uma boa alternativa ao tratamento de infecções por P. aeruginosa no hospital estudado.