27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1640-1


Poster (Painel)
1640-1Descoberta da Dinâmica do Microbioma da Rizosfera de Mandacaru na Caatinga
Autores:Ferreira C. (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de QueirozEMBRAPA MEIOAMBIENTE - Embrapa Meio Ambiente) ; Taketani, R.G. (EMBRAPA MEIOAMBIENTE - Embrapa Meio Ambiente) ; Silva, J. L. (EMBRAPA MEIOAMBIENTE - Embrapa Meio Ambiente) ; Gava, C. A.T. (EMBRAPA SEMIÁRIDO - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Lopes, L. D. (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) ; Melo, I. S. (EMBRAPA MEIOAMBIENTE - Embrapa Meio Ambiente) ; Mendes, R. (EMBRAPA MEIOAMBIENTE - Embrapa Meio Ambiente)

Resumo

A Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, está inserida no clima semiárido nordestino e é caracterizado por períodos de seca, altas temperaturas e chuvas sazonais. Tem sido ameaçada pela desertificação e pelas mudanças climáticas nos últimos anos. Enquanto a flora, que é dominada por xerófitas, é bem conhecida, há pouca ou nenhuma informação sobre as comunidades microbianas associadas a estas plantas. O mandacaru (Cereus jamacaru) é uma das plantas cactáceas mais conhecidas e representativas deste bioma. Portanto, o objetivo deste estudo é acessar o microbioma da rizosfera do mandacaru em duas distintas estações do ano. Para isso, amostras da rizosfera de três plantas, localizadas em Petrolina (PE), foram coletadas durante as estações da chuva e da seca, a fim de identificar a variação da estrutura da comunidade bacteriana ao longo das duas temporadas. Após a coleta e isolamento do DNA das amostras, foi feita a amplificação do gene rRNA 16S de Bacteria e utilizado no sequenciador Ion Torrent (PGM) para o sequenciamento das amostras. Os dados foram trabalhados primeiramente por meio da plataforma Galaxy e classificados no algoritmo Classifier do banco de dados do servidor RDP. Foi gerada uma quantidade de 103.265 reads na saída do PGM Ion Torrent. Mais de 82,5 mil sequências foram anotadas no domínio Bacteria, onde, em média, 47% das sequências não foram classificadas em um filo específico, enquanto as outras se distribuíram pelos filos Actinobacteria (21,59% seca; 21,39% chuva), Proteobacteria (17% seca; 16,17% chuva), Firmicutes (9,5% seca; 11,1% chuva) e vários outros com menores abundâncias. Apesar de os filos de maior abundância terem apresentado proporções semelhantes entre as estações do ano, outros mostraram mudanças quanto à sazonalidade, como Acidobacteria (1,37% seca; 2,21% chuva), Bacteroidetes (1,22% seca; 0,6% chuva) e Verrucomicrobia (1,16% seca; 0,68% chuva). Mesmo observando algumas variações no nível de filo, análises mais profundas serão feitas para a verificação da dinâmica bacteriana em táxons mais inferiores, onde alterações mais drásticas poderão ser detectadas no microbioma da rizosfera do mandacaru.