27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1639-1


Poster (Painel)
1639-1MARCADORES DE VIRULÊNCIA EM LINHAGENS DE Escherichia coli UROPATOGÊNICA DEFINIDAS POR MULTILOCUS SEQUENCE TYPING
Autores:SILVA, A.P.S (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; MARTINS, N (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; DIAS, R.C.S (UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) ; BONELLI, R.R (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; MOREIRA, B.M (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A infecção do trato urinário (ITU) é uma doença que apresenta elevada morbidade, sendo Escherichia coli uropatogênica (UPEC) um dos principais agentes etiológicos. UPEC apresenta uma variedade de fatores de virulência incluindo adesinas, sideróforos, toxinas, síntese de cápsula e proteínas de invasão. Diversas linhagens de UPEC já foram descritas em regiões geográficas distintas, como por exemplo, ST69, caracterizada pela resistência a sulfametoxazol/trimetoprim, observada nos EUA, Canadá e Europa. No Rio de Janeiro, ST69 e outras linhagens também foram encontradas em ITU comunitária entre 2005 e 2006. O objetivo do presente foi caracterizar determinantes de virulência em amostras de UPEC relacionadas as linhagens clonais identificadas no Rio de Janeiro. Em uma coleção de 111 amostras de UPEC, o ensaio de multiplex PCR foi realizado para detectar 15 genes de virulência: papA, papG alelo I, papG alelo II, papG alelo III, fimH, afa/draBC, sfa/focDE, hlyA, cnf1, iutA, fyuA, kpsMT II, traT, ibeA e malxPAI. A análise abrangeu as 19 linhagens clonais encontrados no Rio de Janeiro, incluindo, como mais prevalentes, os seguintes STs: ST73, ST69, ST10, ST62, ST127 e ST59. Na presente coleção, 14 (74%) linhagens clonais apresentaram o gene fimH que codifica a adesina da fímbria do tipo 1. O gene papGI (relacionado a fimbria P) não foi detectado em nenhuma das amostras analisadas. Em relação às toxinas, o gene hlyA e o cnf1 que codificam a hemolisina e fator necrotizante citotóxico respectivamente, foram mais prevalentes entre ST73 (76%, 81%), ST127 (100%, 100%) e ST827 (100%, 100%). Para o sistema de aquisição de ferro, os genes iutA e fyuA foram encontrados em 84% das amostras estudadas. O gene kpsMII, responsável pela síntese de cápsula, foi detectado em 68% das amostras. Uma taxa de virulência significativamente maior (p<0.001) foi observada entre as amostras do ST73 e do ST69, para os genes papA, papGIII, fimH, sfa/focDE, hlyA, cnf1, kpsMII, PAI(MalX), traT e ibeA. ST73 foi considerada a linhagem mais virulenta devido a maior frequência de adesinas, ilha de patogenicidade e toxinas. Além disso, ST73 foi diferenciada pela presença em ITU comunitária em mulheres e em homens. A caracterização dos perfis de virulência em linhagens de UPEC é importante para o conhecimento dos mecanismos de patogenicidade. Essa caracterização auxilia na compreensão da epidemiologia da ITU devido a um número limitado de clones de UPEC na população de homens e mulheres analisadas no presente estudo.