27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1634-1


Poster (Painel)
1634-1Caracterização de bacterias ruminais resistentes a monofluoracetato de sódio
Autores:Brandão, L.N.S (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Pitchenin, L.C (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Pimentel, M.F.A (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Rocha, I.S.M. (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Ubilai, D. G. (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Reis, I.H.V. (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Colodel (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Dutra, V. (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Nakazato, L. (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso)

Resumo

As intoxicações por plantas tóxicas no Brasil são frequentes, sendo uma das mais significantes perdas econômicas a campo em ruminantes. Entre as plantas tóxicas, destaca-se a Palicourea marcgravii conhecida como cafézinho, roxa, erva de rato. Distribuída em grande parte do território brasileiro, exceto Região Sul e Semi-árido nordestino, sendo o principio tóxico o monofluoracetato de sódio (FA) encontrado principalmente nas folhas e frutos. Enzimas que degradam FA, denominadas dehalogenases, são capazes de quebrar as ligações Flúor-Carbono e foram descritos em micro-organismos ambientais. Neste trabalho isolou-se 2 bactérias, em meio líquido seletivo contendo sais, fonte de nitrogênio e FA como principal fonte de carbono, à partir de líquido ruminal de bovinos. O meio foi incubado à 40ºC/24h e posteriormente realizaram-se diluições seriadas para plaqueamento em meio sólido com e sem FA por 24h a 40°C. Os micro-organismos isolados foram considerados resistentes ao fluoracetato e bioquimicamente caracterizados como Enterococcus faecalis e Bacillus subtilis, sendo confirmados por sequenciamento parcial do gene 16S rDNA e depositados no Genbank. As bactérias foram testadas para a capacidade de defluoração através da presença do íon fluoreto com o eletrodo de íon seletivo, em meio acrescido do tampão TISAB e FA. O isolado E. faecalis apresentou maior liberação de íons fluoreto em relação ao B. subtillis. Em seguida realizou-se os testes in vivo em ovinos administrando-se por via oral 50 ml com concentração de 4,4 x 1010de B. subtilis e 3,2 x 1011de E. faecalis por mL em 2 animais, após este administrou-se diariamente um terço da dose letal da P. marcgravi por via oral. Após 3 dias, observou-se a sobrevivência do ovino inoculado com E. faecalis e óbito do inoculado com B. subtilis após a administração de 2/3 da dose letal. Seguiu-se o mesmo protocolo para a experimentação em camundongos que foram divididos em 3 grupos de 6 animais. No grupo “controle” e no grupo “bacilo” todos os animais apresentaram sinais clínicos marcados e grande prostração, porém observou-se óbito apenas no grupo “bacilo”. No grupo “coco” não ocorreu sinais clínicos nem prostração severa. Neste estudo comprovou-se a existência de bactérias ruminais de bovinos capazes de degradar FA com potencial utilização na prevenção na intoxicação por P. marcgravii em ruminantes sendo uma alteranativa para utilização de organismos transgênicos.