27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1624-1


Poster (Painel)
1624-1Estudo de Vibrio spp. potencialmente patogênicos isolados de áreas de cultivo de camarões marinhos
Autores:MENEZES, FGR (LABOMAR - Instituto de Ciências do MarUFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará) ; AMARANTE, D.O. (UFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará) ; BARBOSA, W. E. (UFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará) ; ROCHA, R. S. (UFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará) ; SILVA,G. C. (LABOMAR - Instituto de Ciências do Mar) ; HOFER, E. (FIOCRUZ-RJ - Insituto Oswaldo Cruz) ; Vieira, R. H. S.F. (LABOMAR - Instituto de Ciências do MarUFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará) ; Sousa, O.V. (LABOMAR - Instituto de Ciências do MarUFC - Engenharia de Pesca,Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Na região nordeste do Brasil estão localizados os maiores produtores de camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei que tem o ambiente estuarino como local escolhido para a prática do cultivo. Normalmente o estuário é dotado de uma microbiota em equilíbrio, composta por bactérias benéficas e/ou patógenas oportunistas. Desequilíbrios nesse ecossistema desencadeiam eventos de doenças nos animais que resultam em perdas econômicas significativas para a maricultura. Dentre os patógenos existentes para organismos aquáticos, o gênero Vibrio, que é natural da microbiota do camarão, apresenta espécies que são capazes de ocasionar elevada mortandade entre os organismos cultivados. Buscando compreender a dinâmica desse grupo bacteriano nos ambientes de cultivo e nos animais, o objetivo da presente pesquisa foi analisar os perfis potenciais de virulência entre cepas de Vibrio spp. isoladas de amostras de água e sedimento, coletados em viveiros e estuários, e de tecidos de animais cultivados (hemolinfa, hepatopâncreas e músculo). As coletas foram realizadas em áreas de cultivo de camarão nos três principais estados produtores: Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Para as amostras de água foram coletados três (3) litros e filtrados. O elemento filtrante foi acondicionado em 225 ml de água peptonada alcalina (APA) a 1% de NaCL. Para as amostras do sedimento foram pesados 25 gramas e homogeneizados em 225 mL do diluente APA a 1% de NaCL. A partir dessas diluições iniciais foram preparadas diluições seriadas até 10-4 utilizando-se o mesmo diluente. Em seguida, foram retiradas alíquotas e semeadas por estriamento na superfície de placas com o meio Agar Tiossulfato-citrato-bile-sacarose (TCBS). A identificação fenotípica foi realizada através de chave dicotômica baseada em características morfológicas e bioquímicas. Foram isoladas 230 cepas suspeitas do gênero Vibrio, dessas 95 foram identificadas, sendo 42 provenientes das amostras de água, 12 do sedimento, 10 da hemolinfa, 23 hepatopâncreas e 8 do músculo. Das estirpes de Vibrio identificadas as que apresentaram perfis potenciais de virulência, através das provas de gelatinase, caseinase, fosfolipase, lipase, elastase e beta-hemólise foram: V. calviensis, V. diabolicus, V. parahaemolyticus, V. fischeri, V. mimicus e V. cholerae. As cepas ambientais foram as que apresentaram a maior ocorrência com relação aos perfis de virulência. O elevado grau de cepas positivas para os potenciais fatores de virulência nas cepas estudadas é preocupante, uma vez que algumas dessas cepas são patógenas a organismos aquáticos, podendo vir a causar perdas econômicas aos cultivos.