27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1623-1


Poster (Painel)
1623-1INFLUÊNCIA DA ANTIBIOTICOTERAPIA NA MICROBIOTA INTESTINAL ENDÓGENA DE CRIANÇAS SEM DIARREIA: ANÁLISE PRELIMINAR
Autores:Fernandes,M.R. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas- USP) ; Ignacio,A. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas- USP) ; Cardoso, A.L. (ICR-FMUSP - Instituto da Criança- Hospital das Clínicas-FMUSP) ; Avila-Campos,M.J. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas- USP) ; Nakano,V. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas- USP)

Resumo

Microrganismos que compõem a microbiota intestinal humana são referidos como microbiota endógena ou autôctone sendo encontrados os gêneros: Bacteroides,Bifidobacterium, Eubacterium, Clostridium,Lactobacillus,Fusobacterium e diversos cocos gram positivos. A microbiota intestinal é estabelecida no momento do nascimento, e as primeiras bactérias a colonizarem o intestino da criança são as facultativas e anaeróbias estritas. De todas as influências exógenas que possam alterar a microbiota intestinal, os agentes antimicrobianos são capazes de causar as mais rápidas e drásticas mudanças na microbiota endógena. Por causa da perturbação que muitas drogas antibacterianas provocam no ecossistema intestinal, a resistência à colonização pode ser diminuída ou perdida. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a presença de E. coli comensal e diarreiogênicas,Bifidobacterium spp.,Bacteroides spp. e Clostridium spp. em crianças com e sem antibioticoterapia. Foram avaliadas 50 amostras de fezes de crianças entre 3 e 12 anos, sendo 30 crianças sem uso de antimicrobianos e 20 fazendo uso de diversas drogas, ambos os grupos sem episódios de diarreia. As fezes foram semeadas em meios seletivos para o isolamento de E. coli (DEC), Bifidobacterium spp.,Bacteroides spp., Clostridium spp., e a identificação de gênero/espécie foi realizada usando-se meios EPM-MILI, kit API-20A e por PCR. Nossos resultados mostraram que, das crianças controle, 30 (100%) apresentaram Bifidobacterium spp., 26 (86,6%) E. coli sendo que dessas 15 (57,6%) eram DEC (8 EAEC, 3 EPEC, 2 ETEC e 2 STEC), 24 (80%) Bacteroides spp. e 19 (63,3%) Clostridium spp. Já nas 20 crianças com antibióticoterapia, 18 (90%) abrigaram E. coli sendo 3 (16,6 %) DEC (2 EPEC e 1 EAEC), 16 (80%) Bifidobacterium spp., 12 (60%) Bacteroides spp. e 6 (30%) Clostridium spp. Os dados parciais desse estudo mostram que, o uso de antibióticos nas crianças reduziu o isolamento desses gêneros, podendo ser sugerido que, a resistência aos antimicrobianos, também pode ser observada em bactérias dessa microbiota, tornando-os reservatórios de genes, devido ao uso indiscriminado ou mesmo contínuo de antibióticos. Apoio financeiro: FAPESP 2008/57330-4 E-mail: miriamrfernandes@usp.br; mariojac@usp.br, vivinkn@usp.br