27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1615-1


Poster (Painel)
1615-1Definição de parâmetros metodológicos para o diagnóstico de Escherichia coli produtora da Toxina de Shiga (STEC)
Autores:SANTOS, A.R.R. (IBU - Intituto Butantan) ; ROCHA, L.B. (IBU - Intituto Butantan) ; PIAZZA, R.M.F. (IBU - Intituto Butantan)

Resumo

Introdução: A cada ano a diarreia causa cerca de 760.000 mortes de crianças menores de cinco anos e 1,7 bilhões de casos, globalmente. STEC é um patotipo de E. coli patogênica conhecida por causar doenças em humanos com aspectos clínicos variados, de diarreia aquosa e sanguinolenta a colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica, no qual a produção das toxinas de Shiga (Stx1 e/ou Stx2) é fundamental nos mecanismos de virulência. Para minimizar e controlar ocorrências, o diagnóstico é uma das mais importantes ferramentas e o imunodiagnóstico apresenta diversas vantagens como alta especificidade, sensibilidade, fácil preparação da amostra e fácil execução. A produção e liberação das toxinas Stx1 e/ou Stx2 define a infecção causada por STEC, portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar parâmetros para produção, liberação e detecção dessas toxinas em isolados bacterianos. Materiais e Métodos: Foram testados 46 isolados bacterianos de STEC que possuem o gene stx e são produtores de Stx e 45 isolados bacterianos não-STEC. Os isolados foram cultivados em E. coli Broth com 5 ng/mL de ciprofloxacino, no qual o cultivo foi tratado com Triton X-100 e não tratado e os sobrenadantes separados por centrifugação e testados. No ensaio de ELISA de captura para avaliação da produção e liberação das toxinas, utilizou-se a fração enriquecida em IgG e os anticorpos monoclonais anti-Stx1 ou anti-Stx2, soro de cabra anti-IgG de camundongo conjugado a peroxidase. O cut-off foi obtido através da curva ROC (Receiver Operating Characteristics). Discussão dos Resultados: Na avaliação da sensibilidade, especificidade e eficiência do ELISA obteve-se 100% nas duas condições de cultivo para a detecção de Stx1, já para a detecção de Stx2 no cultivo tratado com Triton X-100 esses valores foram de 87%, 83% e 85%, respectivamente. No entanto, quando o cultivo não foi tratado com esse detergente encontrou-se 74%, 91% e 83% de sensibilidade, especificidade e eficiência, respectivamente. O tratamento com Triton X-100 apresentou maior liberação da toxina Stx2. Conclusão: O teste de ELISA mostrou ótima sensibilidade, especificidade e eficiência quando os cultivos dos isolados foram tratados com Triton X-100.