Resumo

Bacillus cereus é um importante patógeno de origem alimentar. O emprego de metodologias para seu isolamento e identificação que sejam menos laboriosas e ao mesmo tempo rápidas é fundamental. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho do ágar Bacara e do método confirmatório rápido de Holbrook e Anderson na identificação do grupo B. cereus. O método padrão empregado para comparação foi o descrito pela Food and Drug Administration (FDA). Foram utilizadas 127 cepas isoladas a partir de alimentos, rações, fertilizantes agrícolas, embalagens e ambiente industrial. O isolamento inicial foi realizado em ágar Manitol gema de ovo polimixina (MYP). Em seguida, as culturas foram repicadas em ágar Bacará e confirmadas através das provas bioquímicas preconizadas no método da FDA e pela coloração de Holbrook e Anderson. Todos os isolados que apresentaram resultados discordantes entre os métodos avaliados foram submetidos à identificação pelo sistema API 50 CHB. No ágar MYP foram isoladas 74 colônias típicas e 53 atípicas para o grupo B. cereus. Todas as colônias típicas e 4 atípicas do MYP apresentaram-se características para o grupo B. cereus quando repicadas no ágar Bacara. Com relação a confirmação, através das provas bioquímicas todos os 74 isolados típicos e 13 dos 53 atípicos do MYP foram identificados como membros do grupo B. cereus, sendo 83 pertencentes a espécie B. cereus, um B. mycoides, dois B. weihenstephanensis e um B. thuringensis. Pelo método de coloração de Holbrook e Anderson todos os isolados típicos e apenas 4 atípicos do MYP foram classificados como grupo B. cereus. Houve concordância de 100% entre os resultados do Bacará e da coloração de Holbrook e Anderson. Além disso, o ágar Bacará mostrou maior sensibilidade que o ágar MYP na detecção do grupo B. cereus. Dentre os testes confirmatórios, apesar de não discriminar espécie, a coloração de Holbrook e Anderson apresentou maior especificidade que a série bioquímica tradicional para a identificação do grupo B. cereus.