27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1605-1


Poster (Painel)
1605-1Suscetibilidade a antifúngicos e atividade de fosfolipase em C. albicans isoladas de infecção e colonização vulvovaginal
Autores:Ramon, JL (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Moura, SV (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Santiago, EF (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Silva, ACR (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Lisboa, HCF (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Goulart, LS (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso)

Resumo

Candida albicans é um comensal de superfícies mucosas, entretanto, como consequência de uma modificação na microbiota local e ou imunossupressão, esta levedura pode proliferar e causar infecções, como a candidíase vulvovaginal (CVV). O objetivo do presente trabalho foi comparar o perfil de suscetibilidade a antifúngicos e a produção de fosfolipase em linhagens de C. albicans envolvidas em processos de infecção e colonização vulvovaginal. Foram coletados swabs da mucosa vaginal de 166 mulheres, sendo 48 sintomáticas e 118 assintomáticas para CVV. Os swabs foram semeados em ágar Saboraud dextrose e incubados a 35 °C. A atividade de fosfolipase foi avaliada em ágar gema de ovo. Foi aplicada a metodologia de microdiluição em caldo M27-A3 para avaliar o perfil de suscetibilidade das linhagens frente aos antifúngicos fluconazol, cetoconazol e itraconazol, sendo determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM). A frequência de C. albicans na população em estudo foi de 18% (n= 30), 27% (n=13) entre mulheres sintomáticas e 14,4% (n=17) no grupo de assintomáticas. A produção de fosfolipase foi observada em 69% das amostras de C. albicans isoladas de infecção (média Pz = 0,79) e em 94% das linhagens de colonização (média Pz = 0,76). Todos os isolados foram sensíveis ao fluconazol (CIM≤4μg/mL em sintomáticas e CIM≤2μg/mL em assintomáticas) e ao cetoconazol (CIM≤0,125μg/mL em sintomáticas e CIM≤0,25μg/mL em assintomáticas). Os testes de sensibilidade ao itraconazol revelaram 38% e 23% de C. albicans resistentes no grupo de mulheres com CVV e portadoras, respectivamente. Não houve diferença estatística ao compararmos os valores de Pz e de CIM entre C. albicans envolvidas em processo de infecção e colonização vaginal. Nossos dados revelam que a atividade enzimática e o perfil de suscetibilidade não foram determinantes para a instalação do processo de infecção entre as leveduras analisadas e que provavelmente, fatores ligados ao hospedeiro ou a outros atributos de virulência devem ter contribuído para a instalação da CVV.