27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1604-1


Poster (Painel)
1604-1RESISTÊNCIA DE BIFIDOBACTÉRIAS À LISOZIMA E EFEITO DA PASTEURIZAÇÃO LENTA (LTLT) SOBRE A ATIVIDADE DE LISOZIMA DO LEITE HUMANO ORDENHADO (LHO)
Autores:Guerra, A.F. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Luchese, R.H. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroUFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroIFF-FIOCRUZ - Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ) ; Novak, F.R. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroUFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroIFF-FIOCRUZ - Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ)

Resumo

Bifidobacterias são os principais constituintes da microbiota intestinal de lactentes sadios e o crescimento e a colonização do intestino por estas bactérias são estimulados pela alimentação com leite materno. A resistência à lisozima é um atributo desejável na seleção de culturas probióticas, permitindo uma vantagem competitiva, uma vez que um grande número de microrganismos, especialmente os causadores de diarreia, são sensíveis a esta enzima. A concentração de lisozima no leite humano, além de ser inerente a cada lactente, também é influenciada por fatores como período de lactação e alimentação. Testou-se a sensibilidade de 27 culturas de bifidobactérias, 25 isoladas intestinais de lactentes e duas comerciais. Uma suspensão de células de cada cultura de Bifidobacterium foi inoculada em dois frascos contendo caldo MRS. Estes foram incubados a 36ºC em anaerobiose e após 2 horas adicionou-se a um deles solução de lisozima a 1% de forma a obter uma concentração final de 400 µg/mL e ao frasco controle, o mesmo volume de água destilada estéril. Alíquotas foram retiradas em intervalos específicos por um período de 18 horas e mensurado a densidade ótica a 620nm. A atividade de lisozima foi determinada em 32 amostras de leite humano em diferentes estágios de lactação usando o método lisoplate e como microrganismo indicador, Micrococcus luteus ATCC 4698. Amostras de leite humano foram transferidas para dois tubos sendo um deles pasteurizado a 62,5°C/30 min em banho maria. Alíquotas de leite cru e pasteurizado foram transferidos para poços confeccionados em Agar BHI pré-inoculado com ca 108 UFC/mL de M. luteus. Após incubação a 36°C/24 horas, mediu-se o raio de inibição dos halos formados e quantificou-se a atividade de lisozima por comparação com halos de amostras padrão. A atividade de lisozima das 32 amostras de leite humano variou de zero até, aproximadamente, 390 µg/mL. A quantidade máxima de lisozima no leite humano, reportada na literatura, é de 400 µg/mL. Das 27 culturas de bifidobactérias testadas, apenas a linhagem comercial de Bifidobacterium lactis BB12 foi sensível a 400 µg/mL de lisozima de ovo de galinha. Aparentemente, bifidobactérias de origem humana são mais resistentes à lisozima que as de origem animal. Conclui-se que todos os isolados de origem humana foram resistentes à concentração de lisozima testada e a pasteurização lenta não afetou significativamente a atividade de lisozima do leite humano ordenhado.