27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1596-1


Poster (Painel)
1596-1CARACTERIZAÇÃO DE Vibrio spp. ISOLADOS DO CANAL DE SÃO SEBASTIÃO, SÃO PAULO, BRASIL
Autores:Lavezzo, L.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; Souza, C.P. (USP - Universidade de São Paulo) ; Cardozo, F.A. (USP - Universidade de São Paulo) ; Rivera, I.N.G. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

O gênero Vibrio compreende 98 espécies, das quais, 13 podem causar doenças em humanos, incluindo infecção em feridas, septicemia e gastroenterite. São autóctones do ecossistema aquático e têm sido encontradas associadas com diferentes organismos marinhos e livres na coluna d’água dos mares e oceanos. Desta forma, o objetivo deste estudo foi caracterizar 42 isolados de água do mar, plâncton e bivalves, coletados no Canal de São Sebastião, em 2006, através de testes bioquímicos, susceptibilidade aos antibióticos, genes associados à virulência e pelo sequenciamento parcial do gene 16S rRNA. Os isolados foram submetidos ao reisolamento para verificar sua pureza/viabilidade em meio TCBS e em CHROMagar, e a triagem bioquímica realizada pelo API 20E. Para a determinação do perfil de susceptibilidade aos antibióticos, empregou-se teste de disco-difusão (CLSI, 2009). Os isolados foram identificados como pertencentes ao gênero Vibrio pelo sequenciamento parcial do gene 16S rRNA (~1000 pb). Para tanto, o DNA genômico foi extraído, submetido à amplificação do gene 16S rRNA e sequenciado com o DYEnamic ET Dye Terminator Cycle Sequencing Kit. Por PCR foi verificada a presença de três genes associados à virulência: ctxA (que codifica a toxina colérica - CT), tcpA (toxina correguladora do pilus – TCP) e stn/sto (enterotoxina termoestável de Vibrio cholerae não aglutinavel - NAG) e estiveram ausentes. Pelo antibiograma, observou-se a resistência a 11 antibióticos testados: cefalotina (56,9%), ampicilina (55,7%), cefoxitina (6,3%), cefepima e gentamicina (5%), cefotaxima, cloranfenicol, estreptomicina e trimetoprima (3,8%), e ácido nalidíxico e tetraciclina (1,2%). A elevada frequência de isolados resistentes à cefalotina e à ampicilina, e sensíveis ao meropenem e ao cloranfenicol obtidos neste estudo, também foi reportada em vibrios isolados de fontes ambientais e de animais marinhos. No Brasil, pouco se sabe a respeito da distribuição destas bactérias nos ambientes costeiros e do risco que estas podem representar. Estudos mais aprofundados estão sendo realizados para identificar as espécies de vibrios isolados no litoral do Estado de São Paulo.