27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1588-1


Poster (Painel)
1588-1ENTEROBACTÉRIAS PRODUTORAS DO GENE BLAKPC EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Autores:Watanabe, A.C. (UFMS - Laboratório de Pesquisas Microbiológicas-CCBS) ; Carvalho, N.C.P. (HU-UFMS - Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) ; Lopes, F. A. (HU-UFMS - Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) ; Spositto, F.L.E. (UFMS - Laboratório de Pesquisas Microbiológicas-CCBS) ; Chang, M.R. (UFMS - Laboratório de Pesquisas Microbiológicas-CCBS)

Resumo

As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são áreas destinadas à internação de pacientes graves e costumam ser reservatórios de bactérias multirresistentes decorrente da complexidade dos procedimentos necessários à sobrevida dos pacientes e ao uso excessivo de antimicrobianos de amplo espectro. Na atualidade, a emergência de enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é um desafio no contexto de cuidados à saúde, uma vez que as opções terapêuticas são limitadas. O objetivo deste estudo foi investigar a presença do gene blaKPC em enterobactérias isoladas de pacientes atendidos em Unidade de Terapia Intensiva de adulto em um hospital terciário de ensino no Mato Grosso do Sul. Foram incluídas no estudo enterobactérias com sensibilidade reduzida aos carbapenêmicos, no período de março/2012 a fevereiro/2013. A identificação das bactérias e a concentração inibitória mínima (CIM) dos antimicrobianos foi determinada pelo sistema automatizado Vitek 2. A pesquisa de KPC foi feita por meio do Teste de Hodge Modificado (THM), segundo recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (2012). A detecção do gene blaKPC foi realizada por técnica de Reação em Cadeia da Polimerase. De 23 isolados, as espécies mais prevalentes foram: Klebsiella spp. (69,6%) e Enterobacter spp. (21,7%). As bactérias foram isoladas principalmente de aspirado traqueal (47,8%) e urina (26,1%). A positividade no teste do THM foi de 82,61% (n=19) e o gene blaKPC foi detectado em todas as amostras positivas no teste fenotípico. No teste de susceptibilidade in vitro, as drogas mais ativas foram amicacina, colistina e tigecilina. Os isolados foram resistentes principalmente a ampicilina com sulbactam (100,0%), piperacilina com tazobactam (95,65%), aztreonam (91,30%), ertapenem (95,65%) e cefoxatima (95,65%). Klebsiella spp. estão entre as principais bactérias causadoras de infecções em UTI, uma vez que as mesmas possuem ampla capacidade de carrear genes de resistência a múltiplos antimicrobianos. Neste estudo, as bactérias foram obtidas principalmente de amostras respiratórias, o que está de acordo com dados da literatura, uma vez que infecções do trato respiratório são as mais frequentes em pacientes internados em UTI. A elevada frequência de KPC encontrada ressalta a necessidade de reforçar as medidas de prevenção de infecções relacionadas à assistência a saúde, uma vez que esses micro-organismos são multirresistentes e possuem ampla capacidade de transmissão de determinantes de resistência.