27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1575-2


Poster (Painel)
1575-2AVALIAÇÃO DO PERFIL CLONAL E RESISTÊNCIA À OXACILINA EM Staphylococcus epidermidis E S. haemolyticus DE HEMOCULTURAS COM SUSCEPTIBILIDADE REDUZIDA À VANCOMICINA
Autores:Pinheiro, L. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Brito, C.I. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Camargo, C.H. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Pereira, V.C. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Oliveira, A. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Bartolomeu, A.R. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Cunha, M.L.R.S. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo

As infecções causadas pelos estafilococos coagulase negativa (CoNS), principais microrganismos isolados de hemoculturas, são frequentemente multirresistentes, e comumente tratadas com vancomicina. Estudos mostram que MICs a partir de 2µg ml-1 já podem levar a falha terapêutica. Objetivou-se analisar o perfil clonal e resistência à oxacilina (gene mecA) de isolados de S. epidermidis e S. haemolyticus com MIC de vancomicina ≥ 2µg ml-1, isolados de pacientes do Hospital das Clínicas de Botucatu, no período de 2000 a 2011. A identificação dos isolados correu segundo provas bioquímicas e ITS-PCR. Para a determinação do MIC de vancomicina foi realizada Microdiluição em caldo (BMD), sendo que o perfil clonal foi obtido através da técnica de Pulsed Field Gel Eletrophoresis (PFGE) - usando-se coeficiente ≥80% - e o gene mecA, através de PCR em tempo real. Do montante de 170 isolados, 67 apresentaram MIC de vancomicina ≥ 2µg ml-1, totalizando 45,3% dos S. epidermidis e 33,3% dos S. haemolyticus, nos quais o gene mecA apresentou-se em 84,6% e 96,4%, respectivamente. A análise clonal dos isolados de ambas as espécies não revelou clone predominante, apesar de S. epidermidis apresentar 5 pequenos clusters (um deles com dois isolados idênticos) e S. haemolyticus 6 clusters, todos positivos para o gene mecA. O gene mecA esteve presente em 4 clusters de S. epidermidis e em todos os clusters de S. haemolyticus. Os clones que se agruparam são provenientes de um período que variou entre 1 a 4 anos, sendo que o clone mais prevalente de S. epidermidis foi encontrado nos anos de 2005 a 2009, e os dois maiores clusters de S. haemolyticus, em 2010 e 2011. Observou-se alta taxa de resistência à oxacilina, principalmente em S. haemolyticus, associada a MICs elevados de vancomicina (mais prevalentes em S. epidermidis), fatores que podem levar a falha terapêutica com esses antibióticos. Os resultados revelam que, apesar de se tratar de micro-organismos ubíquos, alguns clones em particular, com susceptibilidade reduzida às drogas, parecem permanecer no ambiente hospitalar por vários anos, possivelmente selecionados com o uso indiscriminado desses antimicrobianos. Apoio Financeiro: FAPESP.