Resumo

A mastite é considerada um grande problema na pecuária leiteira e o uso frequente de antimicrobianos contribui para o aumento da pressão seletiva de micro-organismos resistentes. Estudos epidemiológicos demonstram a presença do gênero Staphylococcus em aproximadamente 50% dos casos. Frente a estes dados, o presente trabalho objetivou identificar Staphylococcus spp. mais frequentes em casos de mastite bovina, associados com a resistência à oxacilina. Foram estudadas 92 amostras de Staphylococcus spp. oriundas do banco de bactérias da Embrapa Gado de Leite, provenientes de 3 estados brasileiros, incluindo Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, cujo teste de susceptibilidade aos antimicrobianos pelo método de disco difusão já foram realizados e se mostraram resistentes à oxacilina. Para diferenciação de Staphylococcus aureus utilizou-se a prova de coagulase em tubo, além de três provas bioquímicas, com os açúcares: trealose, maltose e manitol, enquanto os Staphylococcus spp. que não foram positivos na prova de coagulase em tubo foram classificados em Staphylococcus coagulase negativa (ECN). Das 92 amostras de Staphylococcus spp. resistentes à oxacilina um total de 31 (33,4%) amostras foram identificadas como Staphylococcus aureus, enquanto 61 (66,3%) foram identificadas como ECN. Ao avaliar cada estado separadamente, verificou-se uma maior prevalência de ECN em todos os estados. Apesar de existirem muitos micro-organismos causadores de mastite bovina e Staphylococcus aureus estarem entre os que são mais comumente isolados, esse estudo mostrou maior prevalência de ECN e também maior resistência à oxacilina nesses isolados. Conclui-se que os agentes mais frequentemente associados com a mastite subclínica bovina em diferentes estados brasileiros são os Staphylococcus coagulase negativa, sendo a maioria resistente à oxacilina. Importante ressaltar que a detecção de cepas resistentes à oxacilina deve ser imediatamente relatada para que estas não venham tornar-se um agravante, circulando no ambiente e disseminando possíveis mecanismos de resistência que levem a restrinção no uso de antibióticos empregados com a finalidade de combate a estes micro-organismos.