27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1551-1


Poster (Painel)
1551-1O papel de BmoR, um regulador da família MarR, na sobrevivência de Bacteroides fragilis durante o estresse oxidativo
Autores:Teixeira, F. L. (IMPG/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Silva, D.N.S. (IMPG/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Pauer, H. (IMPG/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Domingues, R.M.C.P (IMPG/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Lobo, L.A. (IMPG/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Bacteroides fragilis é o microrganismo anaeróbio mais comumente isolado de processos infecciosos endógenos. Acredita-se que a espécie se destaque como um dos principais patógenos em infecções anaeróbias devido à sua versatilidade no relacionamento com o hospedeiro, ora como componente da microbiota, ora como patógeno ao expressar certos determinantes de virulência, como, por exemplo, o complexo polissacarídeo capsular. A sua aerotolerância também parece contribuir decisivamente nos processos de interação com o hospedeiro e na determinação do quadro infeccioso. B. fragilis é capaz de sobreviver à exposição ao oxigênio por até 72h. Sob essas circunstâncias, um forte mecanismo de resposta ao estresse do oxigênio é ativado e a expressão de 45% dos genes de B. fragilis é alterada. Um dos reguladores mais importantes dessa resposta é o OxyR, embora outros sistemas regulatórios também atuem. A família de reguladores transcricionais MarR controla diversos mecanismos fisiológicos em bactérias, como, por exemplo, resposta à condições de estresse e virulência. Em B. fragilis, pelo menos três homólogos dos reguladores MarR estão presentes, sendo que um deles, o bmoR, tem sua expressão aumentada durante o estresse oxidativo independente de OxyR. O objetivo desse estudo é demonstrar que a inativação do gene bmoR em B. fragilis diminui sua habilidade de resistir ao estresse oxidativo causado pela exposição tanto ao oxigênio atmosférico quanto ao peróxido de hidrogênio. Foi realizada uma mutação insercional no gene bmoR na cepa 638R de B. fragilis e a mesma foi complementada por um vetor de expressão contendo o gene em questão. Para avaliar as alterações fenotípicas causadas pela mutação em situações de estresse oxidativo, foram realizados diversos testes de exposição ao oxigênio atmosférico e ao peróxido de hidrogênio com as cepas selvagem e mutante. Em todas as situações foi observada uma maior sensibilidade da cepa mutante ao estresse oxidativo quando comparada à cepa selvagem, demonstrando o papel do regulador BmoR na resistência ao estresse oxidativo em B. fragilis. Com isso, novos estudos serão realizados para melhor caracterizar a função desse regulador na espécie e, assim, contribuir para a compreensão dos mecanismos de sobrevivência e virulência de B. fragilis. Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERJ