27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1544-1


Poster (Painel)
1544-1EFEITO DO CONTROLE DO PH NA PRODUÇÃO DE ÁCIDO LÁTICO POR Enterococcus sp. EM BIORREATOR
Autores:LOPES, A.R. (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; PONEZI, A.N. (CPQBA/UNICAMP - Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas) ; DE ANGELIS, D.F. (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho)

Resumo

A demanda por ácido lático e seus derivados tem aumentado significativamente devido a grande versatilidade desse composto em processos biotecnológicos; sendo amplamente utilizado em vários ramos industriais, incluindo a produção de polímeros biodegradáveis de ácido lático (PLA’S) e solventes verdes (ésteres de lactato). Trata-se de um ácido orgânico natural que pode ser obtido pela ação fermentativa de cocos e bacilos anaeróbios aerotolerantes. O controle do pH durante o processo fermentativo colabora para o aumento da produção de ácido lático que deve ser neutralizado a medida que é produzido. O objetivo desse trabalho foi avaliar a produção de ácido lático por Enterococcus sp em meio MRS com e sem ajuste do pH; bem como, determinar seu rendimento (Yp/s) %, produtividade (g/L/h); consumo da glicose (g/L) e crescimento microbiano (UFC/mL) durante os processos fermentativos. O lactímetro foi utilizado na quantificação do ácido lático produzido, o açúcar residual foi determinado pelo método do ADNS. No início das fermentações o inoculo a 10% foi padronizado com auxilio de espectrofotômetro (O.D. 0,08 a 0,1 a 625nm) de modo a obter suspensões bacterianas próximas a 2,0 X 108 UFC/mL. Ensaios sem ajuste do pH foram conduzidos em frascos Schott de 1L por 96 horas, 50 rpm, temperatura de 36°C; enquanto que em condições mais controladas em biorreator de 5L; o pH foi mantido em 5,3 ± 0,1 com adição constante de NaOH (5M), à temperatura de 36°C, 120 rpm, por 26 horas. Os resultados obtidos nos ensaios demonstraram que o ajuste do pH favoreceu maior produção de ácido lático, que passou de 5,7 g/L (sem ajuste) para 18,0 g/L, apresentando rendimento (Yp/s) de 91% e produtividade de 3,0 g/L/h. A quantidade de glicose residual não ultrapassou 2,8 g/L, ou seja, parte desse açúcar foi convertido em ácido lático e outra parte destinado para aumento da biomassa, que atingiu crescimento celular exponencial máximo na ordem de 1010 UFC/mL após 26 horas de fermentação. Deste modo, concluímos que a correção contínua do pH no biorreator diminuiu o tempo das fermentações de 96 para 26 horas, proporcionou aumento na produção de ácido lático, melhora nos valores de rendimento e produtividade favorecendo o processo tornando-o mais viável economicamente.