Resumo

O uso de produtos naturais para o tratamento de infecções é uma das mais antigas formas de cura da humanidade e está associado à medicina popular de diferentes partes do mundo. Dentre as inúmeras substâncias naturais extraídas de plantas estão os terpenos, encontrados principalmente em óleos essenciais, com propriedades bioativas bem descritas em inúmeros trabalhos publicados. Neste contexto, resolvemos avaliar e comparar a atividade antimicrobiana de seis substâncias derivadas do monoterpeno carvacrol, o qual apresenta ação inibitória e microbiocida já comprovada, com o objetivo de detectar substâncias com um potencial antimicrobiano maior e com menor toxidez que este terpeno. A determinação da concentração inibitória mínima (MIC) foi realizada, de acordo com os protocolos do CLSI, para as bactérias Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) e Escherichia coli , e para as leveduras Candida albicans e Cryptococcus neoformans. Os valores dos MICs variaram, realçando a diferença entre dois dos compostos avaliados, o carvacrol, promissor para todos os micro-organismos, com MICs de 62,5 &mug;⁄mL a 500 &mug;⁄mL, e seu derivado cloro acetato de carvacrol, que se mostrou menos ativo quando comparado a este, com MICs variando entre 125 &mug;⁄mL e 500 &mug;⁄mL, não apresentando, entretanto, atividade frente a E. coli. O efeito microbicida e microbiostático variou entre as substâncias que apresentaram atividade. Das demais substâncias derivadas do carvacrol, o ácido de carvacrol apresentou atividade para C. neoformans (125 &mug&;frasl;mL) e MRSA (500 &mug;⁄mL), etil carvacrol e tricloro acetato de carvacrol apresentaram atividade para pelo menos um dos quatro microrganismos testados, C. neoformans(250 &mug;⁄mL) e E. coli(500 &mug;⁄mL), respectivamente. Benzoato de carvacrol e metil carvacrol não apresentaram atividade. Apesar de o carvacrol ter apresentado melhor atividade, teste de toxidez seria necessário para confirmar qual das substâncias ativas seria mais promissora. Suporte Financeiro: CNPq e FAPERJ