27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1534-2


Poster (Painel)
1534-2Ensaio comparativo in vitro da aderência bacteriana na pele de duas espécies de anfíbios.
Autores:Barbosa, F.F. (IBU - Instituto Butantan) ; Silva, C.S. (IBU - Instituto Butantan) ; Antoniazzi, M.M. (IBU - Instituto Butantan) ; Ferreira, C.M. (IPESCA - Instituto de Pesca) ; Elias, W.P. (IBU - Instituto Butantan) ; Jared, C. (IBU - Instituto Butantan) ; Abe, C.M. (IBU - Instituto Butantan)

Resumo

A pele dos anfíbios é permeável e constantemente úmida, desempenhando um importante papel na respiração cutânea. São, portanto, animais dependentes de ambientes úmidos, o que favorece o crescimento de vários microorganismos na pele, alguns deles oportunistas e potencialmente patogênicos. Esse fato vem sendo associado à diminuição da população mundial dos anfíbios, uma das grandes preocupações da ecologia atual. Nesse trabalho criamos um modelo experimental in vitro para avaliar morfologicamente a interação entre várias espécies de bactérias e a pele de anfíbios, minimizando o número de indivíduos utilizados que seriam retirados da natureza. Fragmentos de pele (dorsal e ventral) foram coletados da rã Lithobates catesbeianus e do sapo Rhinella icterica e mantidos em meio de cultura. Os fragmentos de cada uma das duas espécies foram infectados individualmente por 2 amostras de Citrobacter freundii, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae e incubados por 24 e 48 horas, a 37°C. Em seguida, os fragmentos infectados foram fixados e processados para análise através de métodos histológicos e de microscopia eletrônica. De um modo geral, as bactérias aderiram à pele do sapo R. icterica de uma forma muito mais intensa do que na rã L. catesbeianus, independentemente do tempo de infecção. Na rã, a aderência bacteriana foi maior na pele ventral, enquanto que no sapo foi maior na pele dorsal. Esses resultados devem se relacionar com as características (principalmente de textura e de grau de umidade) da pele de cada espécie. Dentre as bactérias, C. freundii e E. coli apresentaram maior aderência na pele de ambos os anfíbios. Em R. icterica, a microscopia eletrônica de varredura, sugere que as bactérias podem penetrar na superfície da pele, em ensaios com maior tempo de infecção. O método in vitro aqui apresentado parece ser eficiente para uma primeira abordagem no estudo da interação entre bactérias e a pele de anfíbios. Esse método, além de permitir um número grande de ensaios, tem a vantagem de poupar a utilização de uma quantidade bem maior de espécimes de anfíbios, necessárias no estudo in vivo. Assim, com a utilização de poucos espécimes, pode-se selecionar a priori as espécies de anfíbios e de bactérias mais úteis para o desenvolvimento posterior da pesquisa.