27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1528-2


Poster (Painel)
1528-2Detecção de genes de resistência e caracterização molecular de Klebsiella pneumoniae produtoras de KPC e resistentes à polimixina B isoladas de diversos hospitais do Estado de São Paulo
Autores:Bueno, MFC (IAL - Instituto Adolfo LutzPPG/CCD/SES - Programa de Pós graduação em Ciências) ; Francisco, GR (IAL - Instituto Adolfo LutzPPG/CCD/SES - Programa de Pós graduação em Ciências) ; Doi, Y (UPMC - Universidade de Pittsburgh Medical Center) ; Garcia, DO (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo

Klebsiella pneumoniae produtoras de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) e KPC estão frequentemente envolvidas em infecções hospitalares, podendo causar infecções urinária e respiratória e bacteremia. Dentre essas, a prevalência de cepas também resistentes à polimixinas têm aumentado nos últimos anos. O objetivo desse estudo foi avaliar a co-produção de genes de resistência para beta-lactâmicos e aminoglicosídeos e a disseminação clonal de cepas de K. pneumoniae produtoras de KPC e resistentes à polimixina B. Foram selecionadas 100 cepas de K. pneumoniae produtoras de KPC de diversos hospitais de São Paulo no período de 2009 a 2011. O perfil de resistência foi determinado por testes de disco difusão e E-test® para determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), cepas que apresentaram resistência à Polimixina B foram selecionadas para uma maior investigação. Foram realizadas PCRs para os genes blaKPC, blaCTX-M, blaTEM, blaSHV, blaGES, blaBES, PFGE e MLST. Cepas com alto nível resistência aos aminoglicosídeos (> 256 μg/mL) foram submetidas a PCRs para detecção de genes de metilases 16S rRNA. Os produtos amplificados foram submetidos ao sequenciamento. Das 100 cepas selecionadas 10 (10%), isoladas de 8 hospitais diferentes, apresentaram resistência à Polimixina B com CIM variando de 4 a 32 μg/mL. Destas, as quais também foram confirmadas com produtoras de KPC-2. Destas 7 foram positivas para CTX-M (5 CTX-M15, 1 CTX-M59 e 1 CTX-M35), 3 positivas para TEM-1, 8 positivas para SHV (7 SHV-11 e 1 SHV5/12) e 1 RmtG. Foram encontrados 4 perfis diferentes de PFGE (A, B, C e E), com diversos subtipos, e 5 de MLST (ST11, ST258, ST437, ST1044, ST1046). Cepas com o mesmo perfil de PFGE apresentaram também o mesmo perfil de MLST, exceto o perfil E (subtipos E1 e E2) que compreendeu 2 STs diferentes (ST1044 e ST1046) que se diferem por apenas 1 locus. A associação de mecanismos de resistência aos beta-lactâmicos, ESBL e KPC, Polimixina B, e aminoglicosídeos, RmtG, limita as opções de tratamento tornando-se um sério problema de saúde pública sendo necessárias medidas eficazes de prevenção e controle da disseminação desses patógenos multirresistentes.