27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1523-1


Poster (Painel)
1523-1Atividade inibitória do extrato pirolenhoso sobre o crescimento in vitro de Aspergillus flavus e a produção de aflatoxinas
Autores:Peluque, E. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Michelin, E.C. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Baldin, J.C. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Candido, M. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Godoy, S.H.S. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Munin, F.S. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Toniato, A. (AGTTEC - Agttec) ; Almeida-Queiroz, S.R. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Sousa, R.L.M (USP-FZEA - Universidade de São Paulo) ; Fernandes, A.M. (USP-FZEA - Universidade de São Paulo)

Resumo

O extrato pirolenhoso é uma substância resultante da condensação da fumaça expelida durante a carbonização da madeira de eucalipto. Geralmente, este produto é desprezado no processo e liberado no ambiente, causando poluição. Este trabalho teve por objetivo verificar o efeito inibitório do extrato pirolenhoso sobre o crescimento in vitro de um isolado toxigênico de Aspergillus flavus e sobre a produção de aflatoxinas B1 e B2. Inicialmente, o isolado de Aspergillus flavus produtor de aflatoxinas B1 e B2 foi cultivado em ágar batata dextrose por sete dias a 25°C para que houvesse esporulação significativa. Em seguida, foram preparadas suspensões de esporos na concentração final de 105 esporos/mL. O extrato pirolenhoso, obtido através da empresa Agttec, foi diluído em água ultrapura e incorporado em ágar batata dextrose, nas concentrações 0%, 3%, 5%, 7%, 8%, 9% e 10%, para verificar a inibição do crescimento da colônia. Foram utilizados 100 µL da suspensão de esporos, com semeadura em superfície, nas placas com as diferentes diluições do extrato. Como controle positivo foram utilizados 10 mg/mL de Itraconazol e como controle negativo foi utilizada água ultrapura. As placas foram incubadas a 25°C e foram analisadas quanto ao crescimento micelial após 24, 48, 72, 96 e 120 horas. Para a inibição da produção de aflatoxinas, o extrato foi incorporado em meio de cultivo YESA nas concentrações 0%, 8% e 9% e foi efetuado um repique da colônia fúngica nas placas, seguido de incubação a 25°C por sete dias. A extração da toxina foi efetuada com solução de metanol:clorofórmio (2:1) e foi utilizada a técnica Ágar Plug para a cromatografia em camada delgada. Para a corrida foi utilizada solução de clorofórmio:acetona (180:20), com posterior observação sob luz ultravioleta a 365 nm, comparando-se com os padrões de aflatoxinas. Com 48 horas de incubação, as placas com concentrações do extrato de 0%, 3%, 5%, 7% e 8% apresentaram crescimento micelial. Porém, a concentração de 9% só apresentou crescimento a partir de 96 horas. A concentração de 10% apresentou a maior capacidade inibitória nas 120 horas de incubação. Com relação à produção de aflatoxinas, os resultados mostraram que todas as concentrações utilizadas inibiram a produção da toxina. Conclui-se, portanto, que o extrato pirolenhoso apresenta potencial para o controle do crescimento de Aspergillus flavus e produção de aflatoxinas.