27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1513-2


Poster (Painel)
1513-2Abordagens preventivas na dinâmica de replicação do Citomegalovírus em transplantados renais monitorados por PCR em tempo real
Autores:Ruiz, L.G.R (UNESP - Universidade Estadual PaulistaHB - Hospital de Base de São José do Rio Preto) ; Polotto, M. (UNESP - Universidade Estadual PaulistaFAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Nogueira, M.C.L (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio PretoUNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Oliveira, M.G.L (HB - Hospital de Base de São José do Rio PretoFAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Nogueira, M.L. (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio PretoUNESP - Universidade Estadual PaulistaHB - Hospital de Base de São José do Rio Preto)

Resumo

A doença por Citomegalovírus (CMV) nos receptores renais pode ser prevenida pela profilaxia ou pelo tratamento preemptivo. Na profilaxia todos os receptores recebem o antiviral após o transplante para prevenir o aparecimento da doença. Na terapia preemptiva dirigida pela carga viral, o vírus é detectado em um estágio subclínico e a droga é iniciada para prevenir a infecção sintomática. Este estudo apresenta a dinâmica de replicação do CMV após o transplante renal por meio do monitoramento do DNA CMV e sua relação com as abordagens preventivas utilizadas no manejo clínico destes pacientes. Foram analisadas 1223 amostras de sangue total provenientes de 66 receptores para a quantificação do DNA CMV, utilizando-se o kit comercial Q-PCR CMV (NANOGEN). As reações foram detectadas pelo sistema 7300 Real Time PCR System (Applied Biosystem) e analisadas pelo software 7300 System. Dentre os 66 receptores renais, 56 (84%) apresentaram viremia e 44 (66%) receberam tratamento antiviral. Os sintomas da doença infecciosa por CMV foram apresentados por 19 pacientes (28%). No grupo dos pacientes sintomáticos a manifestação órgão específica foi verificada em 4 pacientes (6%), sendo duas pulmonares, uma retal e somente uma determinando dano direto no tecido renal enxertado. A maioria dos receptores submetidos ao esquema preventivo apresentou viremia CMV (50/57 [86%]). Destes pacientes virêmicos 62% (38/57) receberam tratamento antiviral e 31% (18/57) apresentaram sintomatologia. Com a utilização da profilaxia antiviral 66% (6/9) dos pacientes apresentaram viremia e somente 1 (11%) foi sintomático. A morbidade da infecção por CMV e a consequente manifestação sintomática pode variar entre 44% a 83% após o transplante renal. Neste estudo a maioria dos pacientes apresentou episódios virêmicos (84%), porém apenas 28% dos pacientes foram sintomáticos e somente um demonstrou comprometimento direto do tecido renal enxertado devido à replicação viral. Entretanto, a viremia assintomática e a reativação da latência são consideradas os principais fatores contribuintes para os efeitos indiretos do CMV, como o aumento na incidência das infecções concorrentes oportunistas. As abordagens profiláticas e preemptivas foram efetivas na prevenção da doença infecciosa por CMV, porém os índices de viremia assintomática alertam para a necessidade do desenvolvimento de medidas alternativas visando à diminuição da transmissão, replicação e dos possíveis efeitos indiretos associados à infecção.