27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1513-1


Poster (Painel)
1513-1DETECÇÃO DE CARBAPENEMASES DO TIPO OXA EM CEPAS DO COMPLEXO A. calcoaceticus–A. baumannii ISOLADAS DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP.
Autores:POLOTTO, M. (UNESP-IBILCE - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita FilhoFAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; MATARUCO, M.M. (UNESP-IBILCE - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Casella, T. (UNESP-IBILCE - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Tolentino, F.M. (UNESP-IBILCE - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) ; Lucca, M. G. (HB - Hospital de Base de São José do Rio PretoFAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Almeida, M.G. (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Nogueira, M.L. (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Nogueira, M.C.L. (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto)

Resumo

As bactérias do gênero Acinetobacter são cocobacilos Gram-negativos não fermentadores da glicose. As provas bioquímicas são insuficientes para a identificação das espécies A. baumannii, gen.sp. 3, gen.sp. 13TU e A. calcoaceticus por serem muito similares entre si, sendo assim, agrupadas no complexo A. calcoaceticus-A. baumannii. Essas espécies são causadoras de infecções oportunistas como pneumonia associada à ventilação mecânica, bacteremia, infecções do trato urinário e meningite secundária. Cefalosporinas de terceira e quarta gerações (ceftazidima e cefepime) e carbapenêmicos (imipenem e meropenem) são os principais antibióticos beta-lactâmicos usados para o tratamento, mas o aumento das taxas de resistência observado nos últimos anos resultou na limitação das opções terapêuticas. A aquisição de genes que codificam carbapenemases tipo OXA é o mais importante mecanismo de resistência às drogas beta-lactâmicas entre estes patógenos, sendo assim, o objetivo deste estudo foi investigar em A. calcoaceticus–A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos isoladas de pacientes internados em unidades de terapia intensiva do Hospital de Base de São José do Rio Preto (HB) a presença de genes que codificam beta-lactamases do tipo OXA-51, OXA-23, OXA-24 e OXA-58. Foram selecionadas para o estudo setenta e nove cepas, isoladas no período de junho a dezembro de 2012. O equipamento Vitek 2 (Biomerieux) foi usado para a identificação e determinação do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos, de acordo com o CLSI de 2012. Primers específicos e um protocolo de PCR-multiplex foram usados para a detecção dos genes blaOXA-51like, blaOXA-23like , blaOXA-24like e blaOXA-58like. Todas as cepas apresentaram resistência a ceftazidima, cefepima, imipenem e meropenem, as taxas de sensibilidade à polimixina B, colistina, tigeciclina, gentamicina e amicacina foram de 97,4%, 97,4%, 84,8%, 65,8% e 20%, respectivamente. A presença de genes blaOXA-51like, foi confirmada em 100% das cepas. O gene blaOXA-23like foi detectado em 77 isolados (97%). Os genes blaOXA-24like e blaOXA-58like não foram detectados. A presença de cepas produtoras de carbapenemases do tipo OXA no HB alerta para o aparecimento e disseminação deste gene de localização plasmidial em nossa região. Esses dados demonstram a necessidade da adoção de medidas rígidas para conter a disseminação de cepas resistentes e a transmissão horizontal de genes de resistência, além da racionalização na prescrição de antibióticos.