27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1512-1


Poster (Painel)
1512-1CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA DE EXOPOLISSACARÍDEOS PRODUZIDOS POR LINHAGENS DE Bacillus sp. ISOLADAS DE UMA MINA DE EXPLORAÇÃO DE COBRE NO DOMÍNIO AMAZÔNICO
Autores:Magalhães, R. A. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rezende, A. M. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Lafaete, A. M. X. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Domingues, V. S. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Monteiro, A. S. (UNIVALE - Universidade do Vale do Rio Doce) ; Santos, V. L. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Os exopolissacarídeos (EPS) microbianos são substâncias poliméricas extracelulares que podem se comportar como compostos ativos de superfície. Os compostos ativos de superfície biológicos possuem uma série de vantagens, em relação aos sintéticos, dentre elas: baixa toxicidade, alta biodegradabilidade e efetividade em extremos de temperatura, pH e salinidade. Tal comportamento torna os EPSs, moléculas de grande interesse comercial, com potencial utilização em processos industriais e de biorremediação, em que podem ser utilizados na remoção de contaminantes ambientais, como derivados de petróleo e metais pesados. Este estudo avaliou o comportamento de EPSs produzidos pelos morfotipos E4Cd2 e E4Cu2 pertencentes ao gênero Bacillus, isolados de uma mina de exploração de cobre no domínio Amazônico do Pará e identificados por sequenciamento de regiões do gene do RNAr 16S. Após cultivo em meio mínimo mineral acrescido de glicose a 25 g/L por 5 e 6 dias, respectivamente, os EPSs foram precipitados com etanol, secos, e os extratos obtidos tiveram a estabilidade da atividade emulsificante (E24) avaliada, utilizando-se soluções dos EPSs a 10 mg/mL e tolueno como fase orgânica hidrofóbica padrão. Os testes foram realizados para condições variadas de salinidade, pH, temperatura, e, também, para outras fases orgânicas hidrofóbicas. Para o teste de salinidade, foi utilizado NaCl até 30%, e obteve-se redução da estabilidade de E4Cd2 de 55% para 36,5% na salinidade máxima. Já E4Cu2 manteve a estabilidade, quando comparado ao controle (75,6%). Para o teste de pH, utilizaram-se soluções dos EPSs em pHs de 1 a 12. E4Cd2 se manteve estável, mas E4Cu2 apresentou queda de estabilidade em pH ácido, com menor valor em pH 4 (35,0%). Nos testes de estabilidade térmica, ambos os EPSs mantiveram a atividade emulsificante tanto após aquecimento a 100 ºC por 1 h quanto após autoclavagem. Por fim, no teste para diferentes fases orgânicas, E4Cd2 foi mais ativo na emulsificação de diclorometano (60,95%) e clorofórmio (57,5%), enquanto E4Cu2, na emulsificação de clorofórmio (73,2%) e tetracloroetileno (62,0%). Os EPSs apresentaram, nesse teste, bom desempenho na emulsificação de diferentes organoclorados, compostos que são de difícil biodegradação. O padrão de estabilidade apresentado, portanto, revela que ambos os EPSs apresentam, de fato, estabilidade sob variadas condições físico-químicas, que podem ser encontradas tanto na indústria quanto no meio ambiente.