27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1503-1


Poster (Painel)
1503-1ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE CONSUMO E PERCEPÇÃO HIGIÊNICO-SANITÁRIA DOS MORADORES DE BREVES NO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ, PARÁ, BRASIL
Autores:Matos, L.S (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Silva, C.B (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Leal, R.S.A (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Almeida, J.M. (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Oliveira, V.R (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

O Arquipélago do Marajó, situado no Estado do Pará, constitui-se numa das mais ricas regiões do país em termos de recursos hídricos e biológicos, no entanto, tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, bem como uma carência por obras de infraestrutura para saneamento ambiental. O consumo de água fora do padrão de qualidade é um fator de risco à saúde da população. Este estudo objetiva analisar a qualidade microbiológica da água consumida e verificar as concepções de higiene e saúde dos moradores de Breves-PA. A análise microbiológica baseou-se na pesquisa dos indicadores sanitários, o grupo coliforme, utilizando a técnica de fermentação em tubos múltiplos. Um total de seis amostras foi coletado de cinco regiões distintas (I, II, III, IV e V) da cidade, previamente selecionadas por meio de sorteio. Coletou-se uma amostra das regiões I, III e IV, cuja população utiliza água da rede de abastecimento, e da região V, que utiliza somente água de poço e duas da região II que utiliza água de poço e do Igarapé Santa Cruz. A percepção higiênico-sanitária da população foi considerada por meio de dez entrevistas gravadas com residentes da região (dois moradores por região). As entrevistas foram transcritas e analisadas. Amostras de água provenientes das regiões II, III e V encontram-se fora do padrão de potabilidade determinado pela legislação vigente. Das regiões abastecidas pela rede apenas a região III apresentou contaminação, o que sugere que a contaminação possa estar associada a problemas na rede de distribuição. Amostra da região II cuja população utiliza água de poço encontrava-se isenta de contaminação, no entanto a água analisada proveniente do Igarapé Santa Cruz mostrou níveis de contaminação acima do permitido para consumo. Valor elevado de contaminação também foi encontrado na região V, cujos residentes utilizam água de poço. Durante a entrevista com a população houve vários relatos de casos de diarreia na família e eles parecem associar que a água consumida diretamente da fonte, seja de rede, poço ou igarapé pode lhe causar algum problema de saúde, principalmente diarreia, no entanto, vários moradores entrevistados afirmam utilizar a água de consumo sem fazer nenhum tipo de tratamento prévio. Nossos dados indicam que o consumo de água contaminada, sem tratamento prévio, pode estar contribuindo para os casos de diarreia relatados nas entrevistas.