27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1501-1


Poster (Painel)
1501-1Identificação de linhagens de disseminação global dentre amostras de Staphylococcus aureus resistentes a meticilina obtidas de cães do Rio de Janeiro, Brasil
Autores:Penna, B (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Rabello, R. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Martins, G. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Souza, V. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Moreira, B (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Lilenbaum, W. (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Estafilococos são residentes da microbiota normal da pele e mucosas de humanos e animais. O potencial zoonótico dos estafilococos vem sendo amplamente estudado e já existem relatos de transmissão entre cães e seus proprietários. O objetivo do estudo foi caracterizar amostras de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) isoladas de cães saudáveis ou acometidos por infecções tópicas do Rio de Janeiro. As amostras de estafilococos foram isoladas de 282 cães, sendo 88 cães saudáveis e 194 cães com infecções tópicas (71 com piodermite e 123 com otite externa). Todas as amostras foram processadas por métodos bacteriológicos correntes, identificadas por provas bioquímicas e testadas quanto à susceptibilidade à meticilina por meio da susceptibilidade in vitro aos discos de Cefoxitina. Além disso, as amostras identificados como MRSA foram confirmadas por PCR para identificação do gene mecA, além de serem submetidas à análise dos perfis de fragmentação do DNA genômico pelo método de eletroforese em gel de campo pulsado. Para o PFGE foram utilizados controles representantes de clones epidêmicos. Além disso as amostras de MRSA foram analisadas quanto à presença dos determinantes geneticos da leucocidina Panton-Valentine (PVL) e tipagem do SCCmec. Cinco amostras foram identificadas como MRSA (três de animais saudáveis e duas com infecções tópicas). SCCmec tipo II foi identificado nas amostras de MRSA obtidos de cães com infecções tópicas. Nas tres amstras obtidas de cães sádios foi identificado o SCCmec tipo IVc e determinantes genéticos da PVL. PFGE das cinco amostras de MRSA identificou dois perfis distintos de banda. As três amostras isoladas de cães sadios apresentaram perfil idêntico ao do clone de CA-MRSA OSPC (Oceania Southwest Pacific Clone). Já as duas amostras isoladas de cães com infecções tópicas apresentaram perfil idêntico ao do clone Nova York/Japão. O clone Nova York/Japão é reconhecido como um importante agente de infecção hospitalar, apresenta multiresistência, possui SCCmec do tipo II e pertence ao ST5. O clone OSPC é reconhecido como uma cepa comunitária, possui os genes para PVL, SCCmec do tipo IV e pertence ao ST30. O presente estudo relata pela primeira vez no Brasil potenciais clones epidêmicos Nova York/Japão e OSPC de MRSA tanto em cães sadios quanto no papel de agente de infecções tópicas nestes animais. No caso OSPC seria o primeiro relato desta linhagem epidêmica isolado de cães, não só no Brasil como também no mundo