Resumo

Bactérias promotoras do crescimento vegetal (BPCV) estimulam as plantas por meio de processos como a fixação biológica de nitrogênio e síntese de hormônios. Por este motivo, BPCV têm sido utilizadas no desenvolvimento de formulações inoculantes para diversas culturas agrícolas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi determinar variações na concentração de indoles em híbridos comerciais de milho, na presença de diferentes BPCV. O delineamento foi inteiramente casualisado, em esquema fatorial 4x3, sendo quatro genótipos de milho: 2B512Hx (M1); 2B587Hx (M2); 30A37Hx (M3) e AG2040 (M4), e três tratamentos de inoculação: controle sem bactérias (B0), Azospirillum brasilense Ab-V5 (B1), e Pseudomonas sp. 4.3.3.1 (B2). Os inoculantes foram preparados em meio de crescimento FORM15, a partir de pré-inóculo produzido em meio líquido Dygs. Sendo cultivadas por 48h sob agitação em incubadora orbital (160 rpm a 28°C), e transferidas para veículo inoculante líquido (UEL) em concentração de 10⁶ células.mL^-1. A unidade constituiu-se de 50 sementes dispostas em papel germitest embebido no inoculante UEL na proporção 2,5:1 (v/p) em quadruplicata. Após 7 dias de incubação a 28oC, foram tomadas 10 plantas de cada unidade experimental para realização dos extratos utilizados nas determinações analíticas que visaram obter o teor de auxinas pelo método de Salkowski, expresso em relação ao peso da raíz e ao teor de proteínas, que foram determinadas pelo método de Lowry. Além disso, avaliou-se o comprimento médio das raízes. Houve interação entre diferentes genótipos de plantas e bactérias quanto ao teor de auxinas por mg de raiz, sendo que inoculação de ‘B1’ e ‘B2’nos genótipos ‘M1’, ‘M2’ e ‘M3’ resultou em maiores teores de auxina em relação a ‘B0’ e ‘M4’ (α=5%). Quanto ao teor de auxinas por mg de proteína, houve interação entre genótipo e inoculante, com destaque para ‘M2-B2’ e genótipo ‘M4’. O comprimento das raízes acompanhou o teor de auxinas por proteínas, porém de forma mais pronunciada, havendo superioridade em ‘M2-B2’ e inferioridade em ‘M4-B2’ e ‘M1-B0’. Conclui-se que a tecnologia da inoculação de BPCV afeta o desenvolvimento das plantas, promovendo um maior crescimento na fase inicial das plantas e podendo ajudá-las no escape de estresses abióticos. Além disso, a busca por novas estirpes bacterianas deve considerar a interação com genótipos de plantas, tais respostas resultam no melhoramento da qualidade das recomendações técnicas no uso dos inoculantes.