27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1492-1


Poster (Painel)
1492-1ANÁLISES DO PERFIL DE VIRULÊNCIA DE AMOSTRAS DE Staphylococcus aureus RESISTENTES À METICILINA RELACIONADAS AO CLONE USA400 (ST1-SCCmec IV)
Autores:Guimarães, M.A. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Ramundo, M.S. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Americo, M.A. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; de Mattos,M.C. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Souza,R.R (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Coelho, L.R. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro-Campus Macaé) ; Morrot, A.L. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Melo, P.A. (ICB - Instituto de Ciências Biomédicas - UFRJ) ; Fracalanzza, S.E.L. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ) ; Figueiredo, A.M.S. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes - UFRJ)

Resumo

Amostras relacionadas ao clone USA400 norte-americano (ST1-SCCmecIV) emergiram em hospitais do Rio de Janeiro. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar comparativamente a virulência do USA400 brasileiro e norte-americano. Através da PCR, observamos que as 60 amostras brasileiras e americanas testadas apresentaram os genes que codificam para a enterotoxina H e para a leucocidina E/D. Porém, ao contrário das americanas, nenhuma brasileira carreava aqueles que codificam a leucocidina de Panton-Valentine. Tanto as amostras brasileiras quanto as americanas exibiram biofilme moderado/forte em modelos in vitro e in vivo. Para os demais experimentos, foram escolhidas duas amostras representativas de cada clone. Análises da virulência em camundongo evidenciaram diferenças altamente significativas na produção de IFN&gama: entre amostras americanas (2273 pg/mL) e brasileiras (332 pg/mL). Porém, quando em cultura mista (competição in vivo), houve redução nos níveis de IFNgama (529 pg/mL) em relação ao observado para as amostras americanas. Análises das curvas de crescimento individuais sugerem que amostras brasileiras, apesar de ter recebido diversas marcas de resistência, possuem fase lag e tempo de geração semelhantes ao das americanas. Culturas mistas (USA400 brasileiras e americanas) foram utilizadas nos ensaios de competição adaptativa. O fitness competitivo, in vitro, das amostras brasileiras foi semelhante ao das americanas. Contudo, houve diferença significativa no fitness competitivo in vivo (modelo de bacteremia em camundongo), uma vez que as análises estatísticas do número de bactérias no sangue e no coração foram significativamente maior para as USA400 americanas (p≤0,01). Não foi observada diferença na autólise das amostras analisadas, exceto que a USA400 brasileira 07-59 apresentou atividade autolítica ligeiramente aumentada. Análises da expressão gênica entre amostras americanas e brasileiras demonstraram aumento de cerca de 2X na expressão do quorum-sensing Agr e de 3X do gene que codifica a modulina fenol solúvel (psm&alpha:), respectivamente, para as amostras americanas. É possível que as diferenças observadas na virulência in vitro e in vivo entre tais amostras, associadas à aquisição de diferentes marcas de resistência pelas USA 400 brasileiras, sejam reflexos de eventos de microevolução que contribuíram para que um patógeno tipicamente comunitário (USA400 norte-americana) se tornasse um patógeno hospitalar especializado (USA400 brasileira).