27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1491-1


Poster (Painel)
1491-1Desempenho comparativo dos complexos enzimáticos comerciais e o produzido por Myceliophthora thermophila M.7.7 sobre a hidrólise enzimática do bagaço cana de açúcar
Autores:Moretti, M.M.S. (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista) ; Nunes, C.C.C. (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista) ; Boscolo, M. (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista) ; Da Silva, R. (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista) ; Gomes, E. (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

Os materiais lignocelulósicos são considerados uma fonte renovável para produção de etanol a partir de seus componentes de polissacarídeos. Entretanto, algumas dificuldades são encontradas no processo de produção de etanol celulósico, tais como, à hidrólise da biomassa. A lignocelulose é constituída de 75% de carboidratos e 25% de lignina, uma vez que, esta última concede a biomassa grande resistência à ação de enzimas hidrolíticas e aos ataques microbianos. O presente trabalho teve por objetivo comparar o desempenho dos complexos enzimáticos: produzido pelo fungo termofílico Myceliophthora thermophila M.7.7, coquetel usando as enzimas de Myceliophthora thermophila M.7.7 com β-glicosidase Sigma (comercial) e Celluloclast 1.5L (comercial), durante a sacarificação. Como substrato para hidrólise foi usado bagaço de cana não tratado (controle) e tratado em micro-ondas com ácido sulfúrico (0,07 M) em 70% glicerol. Para avaliação dos potenciais de hidrólises foi usado à mesma unidade de endoglucanase (60 U/g de bagaço seco) ou a mesma quantidade de proteína (5 mg/g de bagaço seco). A hidrólise enzimática foi realizada a 55 ºC em frascos de 50 mL com rolhas de borracha contendo 2,5 % de substrato seco para um volume final de reação de 20 mL. Após 72 horas de hidrólise usando a mesma quantidade de endoglucanase para o extrato enzimático de M. thermophila M.7.7, coquetel de M. thermophila M.7.7 com β-glicosidase Sigma (comercial) e Celluloclast foi liberado 85,0, 114,7 e 104,4 mg de açúcar redutor por grama de bagaço tratado seco, respectivamente. Do mesmo modo, com a padronização da proteína na hidrólise foi obtido 147, 241 e 184 mg de açúcar redutor liberado por grama de bagaço tratado seco, respectivamente. Sob as mesmas condições foram realizadas a hidrólise com bagaço não tratado e os resultados de açúcar redutor liberado foram em média 50% menores comparados àqueles obtidos com a hidrólise do bagaço tratado. Em ambos os experimentos foi observada uma diferença significativa entre os resultados obtidos para o complexo enzimático produzido por M. thermophila M.7.7 e o coquetel de M. thermophila M.7.7 com β-glicosidase Sigma (comercial), o qual tem mostrado uma eficiência maior da β-glicosidase sobre o bagaço de cana. Além disso, a maior capacidade de conversão do bagaço de cana pelo coquetel, comparado à enzima comercial Celluloclast, se deve provavelmente à presença de enzimas hemicelulolíticas presente no preparado enzimático de M. thermophila.