Resumo

A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum. A via de transmissão predominante é a sexual, porém a transmissão vertical tem aumentado a prevalência de infecção congênita. Dentre os métodos de diagnóstico laboratorial da sífilis o mais utilizado é o VDRL (Veneral Diseases Research Laboratory). Este método apresenta-se falho na presença de altos níveis de anticorpos específicos, originando resultados falso-negativos. O efeito prozona pode ocorrer em 1% a 2% dos pacientes, especialmente no estágio de sífilis recente e durante a gravidez. Sabendo-se da importância clínica das infecções não identificadas e da existência do efeito prozona, avaliou-se a prevalência do efeito prozona nas determinações de VDRL nos soros dos indivíduos, encaminhados ao Laboratório Regional de Santa Cruz do Sul - DILASP/IPB-LACEN – RS, no período de Abril à Maio de 2013. Foi realizado um estudo descritivo-analítico transversal e observacional, onde foram analisadas 2018 amostras pelo método VDRL, para o diagnóstico de sífilis e posterior confirmação dos títulos baixos (≤ 1:4) pelo método Imunoblot. Foram encontradas 68(3,37%) amostras positivas, das quais 49 (72,1%) foram mulheres e destas 38 (77,5%) gestantes. A reação de VDRL não apresentou efeito prozona o que indica resultados satisfatórios em situações de alta e baixa reatividade, tendo em vista as diversas titulações do teste. As 32 amostras que apresentaram titulações ≤ 1:4 foram confirmadas por método treponêmico obtendo-se 6 (18,75%) falsos positivos, dos quais 4 foram gestantes. Apesar de não ter encontrado nenhuma prozona neste estudo, concluiu-se que os resultados pelo método de VDRL devem ser confirmados com um teste treponêmico. Com relação aos achados em gestantes, reforça-se a necessidade de acompanhamento pré-natal de qualidade o que deve minimizar os riscos de infecção congênita.