27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1479-2


Poster (Painel)
1479-2Mycobacterium avium subspecies paratuberculosis (MAP) em biopsias de tecidos intestinais de pacientes humanos no Brasil: Doença de Crohn?
Autores:Carvalho, I.A. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Schwarz, D.G.G. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Pietralonga, P.A.G. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Faria, A.C.S. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Braga, I.F.E. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Carvalho, G.D. (IFNMG - Instituto Federal do Norte de Minas Gerais) ; Valente, F.L. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Machado, J.P. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Silva Júnior, A. (UFV - Universidade Federal de Viçosa) ; Ferrari, M.L.A. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Moreira, M.A.S. (UFV - Universidade Federal de Viçosa)

Resumo

Desde o primeiro isolamento de Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis (MAP) a partir de tecido intestinal de humanos com doença de Crohn (CD), a possibilidade de uma etiologia infecciosa para a CD tem sido discutida. MAP é o agente etiológico da paratuberculose, uma enterite granulomatosa crônica que acomete todas as espécies de ruminantes. A bactéria tem atraído o interesse de pesquisadores devido às semelhanças nos sinais clínicos e alterações anatomopatológicas das duas doenças. O objetivo deste estudo foi verificar a presença de MAP em biópsias intestinais humanas frescas e fixadas em formalina e incluídas em parafina (FFIP), de pacientes atendidos em um centro de referência para tratamento de doenças intestinais, em Minas Gerais, por meio de técnicas moleculares e cultivo. As amostras frescas foram coletadas de 25 pacientes: cinco com CD, oito com colite ulcerativa (UC) e doze pacientes controle, sem doença inflamatória intestinal (nIBD). As amostras FFIP foram coletadas de 149 pacientes: 44 com CD, 49 com UC e 56 nIBD. Em nenhuma das amostras frescas de pacientes dos três grupos foi observado crescimento, mesmo após 30 semanas de incubação. Cinco amostras FFIP foram positivas para PCR: uma de paciente com CD, duas com UC e duas nIBD; e três amostras frescas, sendo uma de cada grupo. Essas oito amostras foram sequenciadas e submetidas a reações de qRT-PCR para quantificação da carga bacteriana. Nas amostras FFIP foram observados os valores médios de 192,12 cópias/μl no grupo CD, 72,28 cópias/μl com UC e 81,43 cópias/μl no grupo nIBD e nas amostras frescas, os valores médios foram de 432,99 cópias/μl, 167,92 cópias/μl e 249,73 cópias/μl nos grupos CD, UC e nIBD, respectivamente. MAP foi observado nos três grupos estudados, entretanto, uma maior carga de DNA bacteriano foi detectada no grupo CD. Inferências estatísticas não foram realizadas devido ao baixo número de amostras positivas. Esses resultados suportam a teoria de que MAP está presente na maioria dos indivíduos, mas é encontrado em maior quantidade em pessoas com CD, devido à própria característica desta doença, onde, possivelmente, encontra melhores condições para sua replicação. O papel patogênico de MAP na CD ainda permanece controverso e inconclusivo. Este é o primeiro estudo no Brasil que detectou DNA de MAP nos três grupos de estudo: CD, UC e nIBD.