27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1476-1


Poster (Painel)
1476-1Diversidade genética de Streptococcus pneumoniae pertencentes ao sorotipo 19A, utilizando como ferramenta a técnica de MLVA.
Autores:CUNHA, G.R. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; MOTT, M.P. (CISCMPA - Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre) ; PINTO, T.C.A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; CAIERÃO, J. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; d’AZEVEDO, P.A. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; TEIXEIRA, L.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; DIAS, C.A.G. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Resumo

Com a implementação das vacinas pneumocócicas conjugadas, a distribuição dos sorotipos vem sofrendo considerável alteração, merecendo atenção especial o aumento da prevalência do sorotipo 19A, frequentemente associado a perfis de suscetibilidade reduzida aos antimicrobianos. Várias são as técnicas disponíveis para análise da diversidade genética das amostras, incluindo PFGE, MLST e MLVA ("Multiple-Locus Variable Number Tandem Repeats Analysis"). O objetivo deste trabalho foi analisar a diversidade genética de pneumococos pertencentes ao sorotipo 19A, utilizando MLVA, em comparação com PFGE. Para tal, foram analisados 18 loci (Spneu15, 17, 19, 25, 26, 27, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42), os quais foram amplificados utilizando-se a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e visualizados em gel de agarose 2% (exceto os loci Spneu41 e 42 – 4%). A análise do tamanho dos fragmentos foi feita em comparação com a cepa R6. O PFGE foi realizado de acordo com Teixeira et al (1997). A CIM foi determinada por E-test. A sorotipagem foi realizada por PCR multiplex (Dias et al, 2006) e /ou Quellung. Foram avaliados 13 isolados de pneumococos, recuperados de sítios invasivos (n=10) e não invasivos. Pela técnica de PFGE, um clone principal (A) foi caracterizado (perfis idênticos ou intimamente relacionados), representando 46,2% dos isolados, resultado idêntico ao obtido pelo MLVA, o qual demonstrou menos de 5% de variabilidade entre as amostras do clone A. Exceto por um isolado (CIM = 2 µg/mL), os demais integrantes do clone A apresentaram suscetibilidade reduzida à penicilina (CIM = 4 µg/mL), e todos foram resistentes à eritromicina. Os isolados não pertencentes ao clone foram todos suscetíveis a penicilina e eritromicina, apresentando CIMs diversas. Em relação aos loci avaliados, o clone principal teve variação no número de repetições entre seus isolados em apenas um locus, podendo ser Spneu17, 19, 25, 33 ou 34, sendo os demais idênticos. Os demais isolados não clonais, apresentaram variação considerável no número de repetições em todos os loci, exceto o Spneu32, idêntico para todos, sendo que a maior diversidade no dendrograma formado foi de 25% e foram distintas geneticamente pelos perfis de PFGE. A técnica de MLVA foi tão discriminatória quanto o PFGE para a análise da diversidade genética de S. pneumoniae pertencentes ao sorotipo 19A. As vantagens do MLVA são a rapidez, custo reduzido, facilidade de padronização e execução, em relação ao PFGE.