Resumo

O biodiesel, uma mistura de éster metil de ácidos graxos, tem ganhado atenção por ser um combustível renovável e uma alternativa promissora ao combustível diesel. O biodiesel pode ser utilizado puro e em mistura ao diesel. Com o aumento na produção e na utilização do biodiesel, aumenta também o risco de acidentes promovendo o derramamento do biocombustível no ambiente. O tratamento de áreas contaminadas é necessário, e uma das principais técnicas utilizadas é a biorremediação. Para utilizar o processo de biorremediação de forma mais eficiente, é necessário estudar o efeito do biocombustível sobre a comunidade microbiana. O presente trabalho objetiva o estudo do impacto ambiental sobre a comunidade bacteriana utilizando o B20 e o B100 em diferentes concentrações, testando a hipótese de que a comunidade microbiana se altera sob a pressão de diferentes concentrações do poluente. Para tanto foram montados microcosmos com solo de Mata Atlântica contendo contaminações com B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel) e B100 (100% de biodiesel) a 1%, 3% e 5%. Paralelamente como controle foi montado um microcosmo com solo não contaminado. Nestes microcosmos estão sendo avaliados: 1) a respiração basal pela produção de CO2 em protocolo estabelecido pela EPA (Environmental Protection Agency); 2) a contagem de microrganismos heterotróficos; 3) o perfil da comunidade bacteriana através de DGGE (Electroforese em Gel de Gradiente Desnaturante). Serão ainda realizados Real-time PCR, e a avaliação da degradação dos ésteres de ácidos graxos por cromatografia gasosa. Resultados preliminares demonstram que a produção de CO2 durante 28 dias de experimento foi maior para os microcosmos contaminados com B100 a 3 e 5%, seguido pelo contaminado com B20 nestas mesmas concentrações, demonstrando a capacidade de biodegradação destes compostos. Em relação a contagem de heterotróficos é observado aumento para todos os experimentos após 28 dias de contaminação. As análises do perfil de bandas do DGGE demonstram uma alteração no perfil de bandas das amostras contaminadas após 28 dias de incubação em relação ao tempo zero. Contudo são necessárias as avaliações de biodegradação dos ésteres para análise comparativa dos dados e uma conclusão mais efetiva. Ainda colocamos como perspectivas futuras o estudo da contaminação em diferentes solos; como também o impacto sobre a comunidade microbiana de solos por biocombustíveis obtidos de diferentes matérias primas.