Resumo

O bioetanol figura na economia global como uma das principais fontes de energia alternativa aos combustíveis fósseis. Entretanto, a necessidade de se ampliar a produção do etanol, com a expansão excessiva dos canaviais, levou ao interesse do uso dos materiais lignocelulósicos como fonte de açúcares fermentescíveis. A lignocelulose é composta por lignina e por polímeros de açúcares, as hexoses e as pentoses. Quando hidrolisada, a lignocelulose fornece a glicose, que pode ser fermentada pelo processo convencional, e as pentoses, como a xilose e arabinose, que não são fermentadas pela Saccharomyces cerevisiae. Adicionalmente, a aptidão de metabolizar pentoses não é muito explorada entre os micro-organismos. Dentro da perspectiva de uma demanda mundial pelo aproveitamento máximo do potencial da lignocelulose, é estritamente necessária a fermentação microbiológica de pentoses, inclusive das frações menos frequentes, como a arabinose. Desse modo, realizou-se uma prospecção de leveduras assimiladoras de L-arabinose, assim como foi estudado o potencial de produção de etanol a partir desse açúcar. Os experimentos constaram de ensaios em placa de Petri contendo meio YNB, 2% de L-arabinose, como única fonte de açúcar, e 2% de ágar, e o crescimento das cepas foi avaliado. Para os ensaios de produção de etanol foi semeada a cepa CG5-5AY, que não assimila arabinose, mas assimila etanol. Logo, o crescimento da mesma é indicador da presença de etanol no meio. Foram testadas 37 cepas de leveduras das quais, 15 assimilam L-arabinose e apenas uma mostrou síntese de etanol, evidenciada pela presença de um halo ao redor da colônia da cepa produtora. Em experimentos futuros, será avaliada a quantidade de etanol produzida pela cepa de levedura selecionada, bem como serão determinados quais os parâmetros físico-químicos ótimos necessários para a fermentação da L-arabinose por esta levedura.