27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1447-1


Poster (Painel)
1447-1RESISTÊNCIA A CIPROFLOXACINA E GENÓTIPO DO SISTEMA DE SECREÇÃO DO TIPO III EM AMOSTRAS CLÍNICAS E AMBIENTAIS DE Pseudomonas aeruginosa
Autores:Cacci, L.C. (FM / DIP - UFRJ - Faculdade de Medicina / DIP - UFRJ) ; Chuster, S.G. (IMPG - CCS - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes - CCS - UFRJ) ; Carmo, P.R. (IMPG - CCS - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes - CCS - UFRJ) ; Girão, V.B.C. (IMPG - CCS - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes - CCS - UFRJ) ; Picão, R.C. (IMPG - CCS - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes - CCS - UFRJ) ; Moreira, B.M. (IMPG - CCS - UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes - CCS - UFRJFM / DIP - UFRJ - Faculdade de Medicina / DIP - UFRJ)

Resumo

Introdução: Pseudomonas aeruginosa apresenta vários mecanismos de resistência a antimicrobianos e fatores de virulência, como o sistema de secreção do tipo III (SSTT). ExoS e ExoU são proteínas efetoras do SSTT, codificadas pelos genes exoS e exoU, respectivamente. A presença de exoU foi associada à resistência à ciprofloxacina. O objetivo do presente estudo foi verificar essa potencial associação em amostras de P. aeruginosa obtidas de pacientes admitidos no centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, e do ambiente deste CTI. Material e Métodos: Amostras clínicas (AC) de P. aeruginosa foram coletadas através de culturas de vigilância de pacientes, e na investigação de infecções. Amostras de ambiente (AA) do CTI foram coletadas através da fricção de swab umedecido em salina em superfícies de diversos objetos. O período de coleta foi de abril/ 2007 a abril/2008. Após confirmação da identificação fenotípica, a suscetibilidade à ciprofloxacina foi determinada por disco-difusão (CLSI 2013). PCR multiplex foi realizado para os genes exoS (118 pb) e exoU (134 pb). Tipificação molecular foi realizada através de RAPD-PCR. Discussão dos resultados: Foram estudadas 231 AC obtidas de 95 pacientes e 19 de AA. Todas as amostras eram portadoras ou de exoU (80, 32%) ou exoS. Resistência à ciprofloxacina foi observada em 86 (34%) das amostras. As amostras foram distribuídas em cerca de 200 genótipos de RAPD-PCR, sendo a presença de exoU completamente concordante entre as amostras de um mesmo genótipo. O gene exoU foi encontrado em 17 (20%) amostras resistentes e em 63 (39%) amostras susceptíveis, uma diferença significativa (p: 0,004.). Esse achado foi oposto àquele relatado por outros autores anteriormente. Curiosamente, a presença de exoU foi maior entre AA (15, 79%) do que AC (65, 28%, p: 0,00003). No entanto, essa maior prevalência entre AA foi relacionada à presença de um genótipo predominante (6 amostras) carreador de exoU entre as AA. Conclusão: Uma associação entre exoU e resistência à ciprofloxacina oposta àquela publicada por outros autores foi observada no presente estudo. Provavelmente, essa relação se deve à circulação de genótipos específicos para cada população e ambiente.