27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1446-1


Poster (Painel)
1446-1Avaliação da atividade antibacteriana de extratos de Caesalpinia ferrea (pau-ferro), Parapiptadena rigida (angico-vermelho) e Psidium guajava (goiabeira)
Autores:Souza Neto, M. A. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Melo, M. C. N. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Araújo, A. A (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Ferreira, M. R. A. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Soares, L. A. L. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

Introdução: Atualmente os hospitais enfrentam uma situação frustrante, similar à era pré-antimicrobiana, na qual não existiam alternativas terapêuticas para debelar as infecções que eventualmente surgiam. As plantas produzem uma grande variedade de substâncias a partir do seu metabolismo secundário e, consequentemente, tem sido úteis à humanidade por milênios. Logo, os vegetais surgem como uma fonte alternativa para a descoberta de novos antimicrobianos promissores. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade antibacteriana e o potencial sinérgico in vitro dos extratos aquosos e hidroacetônicos de Caesalpinia ferrea (casca), Parapiptadenia rigida (casca) e Psidium guajava (folhas) frente a Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922 e uma cepa de S. aureus resistente à meticilina (MRSA), representante do Clone Epidêmico Brasileiro. Métodos: Os extratos foram obtidos por turbólise utilizando água destilada ou acetona:água como solventes. Em seguida, as soluções foram filtradas a vácuo, concentradas e submetidas à liofilização para a obtenção dos extratos brutos. A atividade antibacteriana foi avaliada, de forma preliminar, por uma técnica de difusão em ágar (variação poço). Em seguida, determinou-se a concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos por microdiluição, usando glicose e vermelho de fenol como indicadores de crescimento. Avaliou-se ainda o potencial sinérgico entre antimicrobianos (penicilina e oxacilina) e extratos hidroacetônicos assim como entre esses extratos, frente à cepa de MRSA, por meio da técnica de difusão em ágar. Os extratos foram previamente misturados ao ágar para que ficassem numa concentração correspondente a ½ da CIM. Resultados e Discussão: Todos os extratos apresentaram atividade antibacteriana frente à cepa de S. aureus pelo método de difusão, porém nenhum mostrou-se ativo contra a cepa de E. coli. O mesmo evento ocorreu para o ensaio de microdiluição. Para o MRSA, a maioria dos extratos aquosos e todos os extratos hidroacetônicos apresentaram atividade, com CIM variando entre 0,625 e >10 mg/ml para as soluções aquosas e entre 1,25 mg/ml e 5 mg/ml para as soluções hidroacetônicas. Os extratos de P. guajava foram os que apresentaram a maior atividade antibacteriana frente aos estafilococos. Na avaliação do sinergismo entre extratos hidroacetônicos e antimicrobianos, não foi observada interação sinérgica. Na avaliação do sinergismo entre extratos hidroacetônicos, apenas 2 combinações apresentaram efeito sinérgico. Conclusão: Pode-se concluir que as três plantas investigadas apresentam atividade antibacteriana in vitro, sugerindo que estas podem ser úteis como agentes antibacterianos. No entanto, estudos mais aprofundados devem ser realizados, empregando mais cepas bacterianas e frações dos extratos, a fim de se determinar os compostos responsáveis pela atividade antibacteriana.