Resumo

A espécie Staphylococcus aureus é conhecida por estar envolvida numa variedade de infecções, incluindo as hospitalares associadas ao uso de dispositivos médicos. O que contribui para a patogenicidade dessa bactéria é a adesão a superfícies de dispositivos médicos e produção de biofilme, um importante fator de virulência. O biofilme confere proteção contra a ação de antibióticos e do sistema imunológico do hospedeiro. O principal componente é um polissacarídeo chamado de adesina polissacarídica intercelular (PIA), codificado pelo operon ica e que contém os genes icaADBC. Este trabalho teve como objetivo avaliar a produção de biofilme através de métodos genotípico e fenotípicos em S. aureus isolados de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. As amostras foram pesquisadas pela técnica de PCR para detecção dos genes ica e a produção de biofilme pelos métodos fenotípicos do tubo de borossilicato e em microplacas de poliestireno. Das 50 amostras estudadas, na PCR 2 (4) amostras revelaram o operon completo com os genes icaACDB, 4 (8%) icaADB, 10 (5%) icaACD, 25 (50%) icaAD, 2 (4%) icaAC, 4 (8%) icaA, 1 (2%) icaDB, 1 (2%) icaD, uma não apresentou nenhum gene. Quanto à produção de biofilme, no teste do tubo quanto no da microplaca 14 (28%) amostras produziram biofilme e em todas o gene icaAD estavam presentes. Este estudo revelou a técnica de PCR eficiente na pesquisa dos genes envolvidos na produção de biofilme em associação com os dois testes fenotípicos que apresentaram 100% de concordância, também mostrou a importância dos genes icaA e icaD na formação de biofilme nessa espécie. O fato de amostras contendo os genes ica não produzirem biofilme, se justifica por não ter ocorrido à expressão desses genes. A quantidade de amostras produtoras sugere um potencial patogênico dessa espécie no ambiente hospitalar.