27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1423-1


Poster (Painel)
1423-1Clone de PFGE de Stenotrophomonas maltophilia resistente a sulfametoxazol-trimetoprim em pacientes sob terapia intensiva no Rio de Janeiro
Autores:COSTA-LOURENÇO, A P R (IMPPG, UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes, UFRJ) ; Picão, R.C. (IMPPG, UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes, UFRJ) ; Moreira, B.M. (IMPPG, UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Goes, UFRJ)

Resumo

Stenotrophomonas maltophilia causa infecções associadas aos cuidados com a saúde. Apresenta diversos mecanismos de resistência intrínsecos e plasticidade genética, dificultando a determinação da terapêutica adequada. A emergência de cepas resistentes ao sulfametoxazol-trimetoprim (SXT-TMP) vem sendo descrita. Os objetivos do presente estudo foram determinar a prevalência de pacientes portadores de S. maltophilia, descrever a suscetibilidade aos antimicrobianos, determinar a prevalência da resistência a SXT-TMP e determinar a sua composição clonal. Foram incluídos 234 pacientes internados durante ao menos 72 horas no centro de tratamento intensivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Rio de Janeiro, dentre abril de 2007 e abril de 2008. Colonização foi detectada por culturas de secreção respiratória e espécimes colhidos com swab retal. A identificação em espécie foi realizada por testes fenotípicos e PCR. Testes de suscetibilidade foram realizados para SXT-TMP, minociclina (MIN), levofloxacina (LEV), cloranfenicol (CLO), ticarcilina-ácido clavulânico (TAC) e ceftazidima (CAZ), de acordo com o CLSI. A composição clonal foi determinada por RAPD para todas as amostras e por PFGE para 30 amostras resistentes ao SXT-TMP e mais quatro suscetíveis relacionadas pelo RAPD. Foi investigada a presença de integrase de classe 1 e 2 e de genes determinantes de resistência a SXT-TMP (sul1, sul2 e dfrs) em todas as amostras. Colonização foi detectada em 63 (27,4%) pacientes (123 amostras). A resistência ao CAZ foi de 76,2%, TAC 44,4%, CLO 39,7%, LEV 28,6%, SXT 31,7% e MIN 9,5%. As amostras resistentes a SXT-TMP apresentaram CMI de 128µg/mL. As 119 amostras tipificadas pelo RAPD foram distribuídas em 67 genótipos; o genótipo “A” agrupou 14 amostras resistentes ao SXT-TMP de 11 pacientes. PFGE agrupou em um único pulsotipo amostras de 16 pacientes incluindo uma amostra suscetível. A investigação de genes mostrou que 26 amostras resistentes ao SXT-TMP carreavam o gene sul1 e uma única amostra carreava o gene sul2 e dfrA1 e foi positiva para integrase de classe 2. O percentual de amostras resistentes ao SXT-TMP foi relevante e a presença de determinantes de resistência nessas amostras é estatisticamente significativa. Apesar da composição clonal diversificada apresentada, uma linhagem predominante resistente ao SXT-TMP foi observada pelo PFGE.