27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1417-1


Poster (Painel)
1417-1Polimorfismo do receptor FcyRIIa em parturientes com prévia infecção pelo vírus DENGUE.
Autores:Praxedes, L.K.S. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Silveira, L.A. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Argolo, A.F.L.T. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Junqueira, I.C. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Féres, V.C.R. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Teixeira, P.F. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Siqueira-junior, J.B. (UFG - Universidade Federal de Goiás) ; Martelli, C.M.T. (UFG - Universidade Federal de Goiás)

Resumo

A infecção pelo vírus dengue induz produção de anticorpos neutralizantes, que impedem a infecção celular pelo vírus, e anticorpos não neutralizantes. Assim, em infecções subsequentes, com diferentes sorotipos do vírus não relacionado àquele da primo-infecção, há produção de anticorpos com reatividade cruzada, aumentando a infectividade celular, podendo estar relacionado portanto com o desenvolvimento de formas mais graves da doença, fenômeno denominado de ADE (Antibody – dependent enhancement). Estudos mostraram que o complexo imune, vírus associados a anticorpos, aumenta a infectividade de células que expressam receptores Fc (Fc&gammaR), mas a ampla diversidade alélica, bem como a heterogeneidade da expressão desses receptores em diferentes linhagens celulares estudadas, que incorrem em consequências metabólicas e funcionais, tem dificultado a interpretação dos resultados experimentais obtidos. A frequência relativa dos alótipos do receptor Fc&gammaRIIA varia em diferentes grupos étnicos, sendo que o genótipo homozigótico R/R deste receptor tem sido associado a reduzidos riscos de desenvolvimento de dengue hemorrágica. Nossa proposta consiste em investigar a diversidade alélica dos receptores Fc&gammaRIIA em parturientes com dengue, o que poderá dar suporte ao estudo do papel deste receptor e de anticorpos IgG na patogênese da dengue. Foi analisado o sangue de 66 parturientes recrutadas em uma maternidade pública durante o período epidêmico em 2009-2010, sendo: 42 amostras com presença detectada de anticorpos IgM e/ou IgG anti-dengue, considerado como grupo dengue e 24 amostras sem a presença de marcadores sorológicos de infecção dengue, considerado como grupo dengue negativo (grupo controle). A extração de DNA, seguida de uma Reação em Cadeia da Polimerase, para a amplificação do gene Fc&gammaRIIA, e digestão enzimática alelo-específica com a enzima de restrição BshI – 1236I (FnUDII) foi realizado para o estudo dos padrões polimórficos deste receptor. Encontramos maior freqüência (62,1 %) do alótipo H/R entre os indivíduos estudados. A distribuição genotípica do Fc&gammaRIIA-H foi de 36.4% entre os indivíduos do grupo com dengue e de 63,6 % no grupo controle. A frequência do alótipo FcRIIA-R foi de 78.6% e 21.4% entre casos e controles, respectivamente. Logo, nossos resultados demonstraram alta frequência do padrão alotípico FcRIIA -R/R e do alelo R em indivíduos que desenvolveram a forma benigna da infecção dengue, esses resultados estão em consonância com outros estudos que demonstraram que o padrão alélico R/R apresenta-se mais freqüente no grupo de indivíduos com as formas menos graves de dengue