Resumo

Para produção de etanol lignocelulósico (ou etanol de segunda geração) a biomassa deve ser hidrolisada e posteriormente os açúcares solubilizados fermentados a etanol. Entretanto, durante a hidrólise da biomassa são liberados e/ou formados, além dos açúcares, compostos tais como furfural, hidroximetil-furfural (HMF), ácido acético, e compostos fenólicos. Estes compostos inibem o crescimento de microrganismos, o consumo de glicose e xilose presentes nos hidrolisados lignocelulósicos e a produção de etanol, principalmente nas primeiras horas do processo fermentativo. Neste estudo a tolerância das leveduras naturalmente capazes de fermentar xilose Scheffersomyces stipitis, Spathaspora passalidarum, Spathaspora arborariae, Candida tenius e Meyerozyma guilliermondii a diferentes concentrações dos compostos inibidores furfural, HMF, ácido acético e vanilina foi avaliada. A tolerância das leveduras foi avaliada por crescimento em meio líquido YNB suplementado com xilose (fonte de carbono) e o composto inibidor desejado. As concentrações dos compostos inibitórios variaram de 0 a 3,0 g/L, sendo avaliada pelo menos quatro concentrações de cada composto. O crescimento das leveduras a 28°C foi monitorado com o auxílio de um espectrofotômetro por 100h medindo-se a absorbância a 600nm. Como esperado, os resultados obtidos demonstraram que o crescimento das leveduras foi inversamente proporcional à concentração do composto inibidor no meio de cultura. Furfural foi o mais potente inibidor das leveduras, prolongando a fase lag de crescimento mesmo em concentrações relativamente baixas (1,0 g/L). Resultado semelhante foi encontrado para leveduras Saccharomyces em outros estudos. Além disso, os resultados obtidos permitiram a identificação da levedura mais tolerante em relação a cada composto e a identificação do composto mais tóxico para cada levedura.