27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1397-2


Poster (Painel)
1397-2Prevalência de Candida spp. isoladas em hemoculturas em um hospital da cidade de Salvador - Bahia.
Autores:ARRAES, A. C. P. (HSR - Hospital São RafaelUFBA - Universidade Federal da Bahia) ; LINS, M. O. (HSR - Hospital São RafaelUFBA - Universidade Federal da Bahia) ; FERREIRA, V. M. (HSR - Hospital São RafaelEBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública) ; TEXEIRA, V. R. (HSR - Hospital São Rafael) ; ESTRELLA, L. (HSR - Hospital São Rafael) ; MOREIRA, A. (HSR - Hospital São Rafael) ; SILVA, M. O. (HSR - Hospital São RafaelFIOCRUZ-BA - Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz - CPqGM - Ba) ; MENDES, A. V. A. (HSR - Hospital São RafaelEBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública) ; BARBERINO, M. G. (HSR - Hospital São RafaelUFBA - Universidade Federal da BahiaFIOCRUZ-BA - Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz - CPqGM - Ba)

Resumo

Candidemia é a quarta causa mais comum de infecção na corrente sanguínea em hospitais terciários com alta taxa de mortalidade. Nos últimos anos, o número de infecções sistêmicas causadas por espécies de Candida não-albicans tem aumentado relevantemente. As espécies mais isoladas em casos de fungemia na América Latina são C. tropicalis e C. parapsilosis e com menor frequência C. glabrata e C.krusei. Diferentemente, nos Estados Unidos e em muitos países da Europa, a espécie predominante é C. glabrata. O objetivo desse trabalho foi identificar a frequência das espécies de Candida isoladas em infecções de corrente sanguínea em um hospital terciário, privado, filantrópico, com foco em pacientes de alta complexidade cirúrgica e oncológicos da cidade de Salvador – Bahia. Estudo retrospectivo longitudinal com amostras coletadas no período de 2010 à 2012. Foi observada uma média de 55 casos de candidemia por ano, sendo que o maior número de casos ocorreu em 2012 (65 casos). A prevalência anual de isolados das espécies de Candida não-albicans superou a espécie C. albicans sendo respectivamente: 86% em 2010; 78% em 2011 e 71% em 2012. Em 2010 e 2011 a espécie C. parapsilosis foi a mais frequente com 35% e 34% respectivamente. Em 2012, a espécie mais prevalente com 29% dos casos foi a C. albicans. Um aumento progressivo da frequência de C. glabrata foi observado ao longo dos três anos, sendo 4% (2010), 12% (2011) e 18% (2012), enquanto C. krusei manteve freqüência de um caso por ano. Houve uma queda do isolamento de C. tropicalis em 2011 (12%) e 2012 (11%) em relação ao ano de 2010 (31%), em que foi a segunda espécie mais isolada. Outras espécies isoladas foram C. guilliermondii (2010), C. famata (2011) e C. peliculosa (2012) com apenas um episódio. O aumento do isolamento de espécies de Candida não-albicans em casos de candidemia pode estar relacionado ao uso de antibióticos de amplo espectro, aumento de procedimentos invasivos, aprimoramento das técnicas de identificação e da redução da susceptibilidade antifúngica dessas espécies. Classificar esse agente ao nível de espécie é fundamental para a individualização terapêutica, uma vez que apresentam perfis diferentes de sensibilidade intrínseca as diversas classes de antifúngicos. Complementarmente, a identificação da espécie é fundamental para monitorização das taxas de infecção hospitalar, bem como para a identificação precoce de surtos.